Por Artur Melo, 10 anos
Aluno do 5º ano do Ensino Fundamental, da Escola Sá Pereira
Não se sabe como, mas os Três Mosqueteiros vieram parar aqui no Rio, no século XXI. Chegaram e ficaram meio tontos querendo saber quem era o Rei desse lugar. Eles estranharam as roupas, a movimentação da cidade, as pessoas andando e mexendo em seus celulares, os veículos, enfim estranharam quase tudo. Então, Athos resolveu perguntar para uma mulher que passava por ali:
– Dama, onde está o Rei deste país? Nós somos os Mosqueteiros do Rei!!!
– Rei??!! Hahaha… Aqui, não se tem um há muito tempo, a única coisa que temos é a presidenta Dilma.
– O que é uma presidenta?
– Ora é a pessoa que comanda o Brasil, que inclui o Rio, onde nós estamos agora.
– Mas como essa tal presidenta conseguiu assim poderes reais?
– Não, ela não tem poderes reais. Não deveria ter. São as pessoas que moram aqui, que escolheram a Dilma para organizar, comandar, este país.
– E onde está essa mulher?
– Na casa dos Presidentes, num lugar meio longe daqui.
– E qual é esse lugar?
– É Brasília.
Quando a dama se animou e já ia explicar aos mosqueteiros esse negócio de eleição, voto, foi se dando conta de que não estava falando com homens daquele tempo, mas, sim, personagens de uma história muito conhecida. Ela foi ficando tonta, confusa e, antes que desmaiasse, Phortos, já irritado, foi interrompendo, e agradecendo:
– Tá, muito obrigado, mas agora temos que ir. E sai puxando Athos e Aramis.
Espertos como eram, não foi nada difícil descobrir um jeito de chegarem à Brasília, logo estavam em um ônibus rumo à capital. Pelo caminho, foram apreciando as cidades, as pessoas, a natureza. Assim que desceram do ônibus, se envolveram em um tumulto de gente vestida de branco. Acharam muito estranho. Seriam os súditos da presidenta? – pensaram, mas continuaram a andar com o grupo. Andaram, andaram. As pessoas começaram a estranhar homens vestidos daquela maneira. No início, pensaram que fossem fantasias para a manifestação, mas depois viram que não. Eles eram estranhos mesmo. Até que alguém perguntou:
– Quem são vocês? O que fazem aqui?
– Nós somos os Mosqueteiros do Rei. Como estamos sabendo que aqui só tem presidenta, viemos dispostos a servi-la, explicou Aramis.
Um homem que estava ouvindo a conversa, interrompe e fala:
– Aí, meu irmão, vocês perderam a viagem. A Dilma não está precisando de gente para servi-la, não, está precisando é ouvir a multidão. Queremos falar com a presidenta “pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer”[1]. Ela está cercada de políticos corruptos, uns ladrões, um tipo de gente vândala que rouba o dinheiro de todos nós! – disse Django [2] – um negro muito forte e corajoso, que estava muito enfezado, por ali.
Então, os mosqueteiros se juntaram rapidamente e falaram uns com os outros:
– Políticos corruptos? Isso está parecendo mesmo sinônimo de gente ruim.
– Devem ser súditos traíras ou guardas vendidos, como aqueles do Cardeal.
– Então, nosso dever é ajudar a essas pessoas e combater os tais corruptos.
– É isso!! Vamos!!
A essa altura, todo povo já sabia quem eram eles e começou a gritar: “Um por todos e todos por um!” Chegaram na enorme Casa Branca, combateram todos os guardas, como se fossem aqueles odiosos do Cardeal, invadiram a casa e quando estavam prestes a falar com a Dilma… A presidenta fecha o livro que estava lendo (Os três Mosqueteiros) e eles voltam para a história.