Por Artur Melo, 10 anos
Aluno do 5º ano do Ensino Fundamental, da Escola Sá Pereira
História também comum
Inspirada em “História Comum”, de Machado de Assis, em que um alfinete conta a sua história
Ele era pobre e negro, mas rico em idéias e bem vingativo. Minha sorte é que o que ele fazia não era para o mal, mas se ele resolver fazer algo ruim… quando o cão batesse no ferrolho, teria que disparar a bala, não tinha jeito, ele mandava, eu obedecia.
Uma vez, Django (personagem do filme de Tarantino) se meteu e me meteu em uma grande aventura, dei muitos disparos, acertei muitas pessoas, mas, verdade, elas não eram nada boazinhas, não. Também estavam acostumadas a matar, não apenas puxando o gatilho, matavam de raiva, de vergonha, de humilhação etc. Pois é, sei que posso me meter em atos violentos, mas não sou a única responsável por tanta violência, palavras e ações também são violentos. Quem nunca se sentiu, assim, ferido, todo machucado, porque uma pessoa fez ou falou algo que jamais deveria?
Uma vez, Django e seu parceiro estavam atrás de três irmãos, um tipo de gente bem ruim que, por exemplo, chicoteava os escravos. O tal parceiro estava “enrolando” o proprietário da fazenda enquanto Django procurava os tais. Encontrou dois deles que estavam prestes a chicotear uma escrava. Foi aí que Django falou uma frase digna, me sacou, e BANG, dei um tiro certeiro no coração de um deles, o outro veio para cima da gente. E aí, em vez de me usar novamente , meu dono pegou o chicote e lhe deu uma boa surra.
Seu parceiro se aproximou, perguntando:
– Cadê o terceiro irmão?
– Fugindo a cavalo no campo. Aponta Django.
Seu parceiro pega o rifle e BANG, acaba com o terceiro irmão.
Essa matança me deixou muito cansada. Você pode até achar estranho pois sou programada para matar, mas estou precisando de umas férias. Cheguei até a pensar em como seria a vida de uma arma de brinquedo, dessas que são usadas pelas crianças, quando brincam de polícia e ladrão e em outras batalhas.
Estava pensando nessas idéias e, de repente, por um descuido de Django, caí numa estrada bem conhecida, por onde passam muitas pessoas e, agora, já não sei por quem e para o que vou ser usada.
Oi Artur. Adorei!!
Eu quero muito ter um livro onde estarão todas as suas histórias.
Nossa, Artur, adorei! Fui logo me encontrando com o sr. Machado que me apontou o narrador: uma pistola “cansada de guerra”… Acertei?!? Adorei a narrativa super movimentada; parece mesmo um filme de Tarantino! Parabéns por mais este sucesso. Muiitos beijos!
Anrela
Adorei, Artur. Você é demais!!!
Oi, Artur!
Surpreendente, instigante, você nos envolve em suas histórias e nos deixa com um gostinho de “quero mais”. Parabéns… “caí numa estrada bem conhecida…” Amei!!! Bj. Luiza
Você, como sempre, arrasou! Adoro suas histórias e fico sempre querendo mais….
Beijo,
Tania