Quanto vale a conscientização de um estudante de uma escola pública, que, aos 10 anos de idade, escreveu um projeto de recuperação do Rio Pavuna, e promoveu uma transformação socioambiental significativa no território onde vive? O aluno é um dos 649.389 das 1.608 escolas municipais do Rio de Janeiro que participam do programa Esse Rio é Meu.
Criado há 10 anos e executado pela OSCIP planetapontocom, Esse Rio é Meu envolve ainda 39.680 professores que, juntos com o corpo discente, monitoram 291 rios e córregos que já estão em processo de conservação e recuperação. Com a colaboração de parceiros estratégicos, o planetapontocom pretende entregar ao município, ainda este ano, seis rios parcialmente recuperados.
Para manter a sustentabilidade do projeto, que já virou lei municipal no RJ, a instituição acaba de lançar uma campanha de financiamento coletivo permanente, focando em conscientizar os brasileiros sobre a importância da doação contínua para projetos que deixam resultados positivos para as próximas gerações.
“É preciso provocar a elite brasileira sobre a necessidade de adotar a cultura de doação contínua como um hábito. Enquanto nos Estados Unidos ex-alunos apoiam financeiramente a universidade na qual estudaram, no Brasil esse processo ainda começa a ganhar força. É por isso que as instituições de lá são mais sólidas. Só a Educação promove a transformação socioambiental que precisamos”, diz Silvana Gontijo, presidente do planetapontocom e mentora do Esse Rio é Meu.
Financiada no Rio de Janeiro pela Águas do Rio, concessionária da Aegea, responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do estado e 124 bairros da capital, o programa Esse Rio é Meu precisa de mais recursos para ser ampliado para outros estados e ter sustentabilidade para se manter. Em 2025, a meta é dobrar os números de escolas atendidas e rios recuperados.
As doações podem ser feitas pelo site https://doe.planetapontocom.org.br. A intenção é investir a verba angariada em inovação, consultoria, monitoramento e sobretudo em mídiaeducação, em uma metodologia desenvolvida para auxiliar professores a introduzir a pauta ambiental transversalmente na grade curricular do Ensino Fundamental e, em breve, no Ensino Médio.
“É importante que os estudantes sejam empoderados e conduzidos à posição de protagonistas das transformações sociais. Articulados, eles têm um potencial imensurável e, por meio do programa, queremos despertar a vontade de transformar seus territórios, começando pelos corpos hídricos, mas garantindo que esse olhar social transborde para outras questões”, finaliza Gontijo.