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Mídia e educação no Rio

Entrevista com Maria Vivas, da Seeduc-Rio.

Por Marcus Tavares

De que forma a Secretaria de Estado de Educação do Rio (Seeduc) entende e trabalha a interface entre mídia e educação nas escolas de sua rede, uma das mais importantes do país? Foi com este objetivo que a revistapontocom entrou em contato com o órgão, que desde o início deste ano está sob a gestão de um novo secretário, o professor Antônio José Vieira de Paiva Neto. Por email, através da assessoria de imprensa da pasta, obtivemos o retorno da Coordenadora de Tecnologia Educacional da Seeduc, a professora Maria Vivas Lessa de Araújo.

Segundo Maria Vivas, a interface entre mídia e educação é necessária que aconteça e não levá-la em consideração seria um “retrocesso educacional”. Ela afirma que, desde 2012, a secretaria mantém o Programa de Tecnologia Educacional que se baseia em três macro campos: fornecimento de tecnologia educacional para a rede (hardware); fornecimento de objetos digitais pedagógicos (recursos e animações que tornem as aulas mais dinâmicas e atrativas) e suporte humano aos professores (mediadores de tecnologia que visitam as escolas).

Acompanhe a entrevista, feita por e-mail:

revistapontocom – Fala-se muito em inovação na escola. O que é ‘inovação na escola’ para a atual gestão? Inovação passa, necessariamente, pela aquisição de ferramentas de mídia?
Maria Vivas Lessa de Araújo – A inovação propõe um novo olhar sobre a unidade escolar, que exige um trabalho detalhado de acompanhamento e gestão, com ações planejadas que visam soluções. Estamos prosseguindo nesse caminho, com planejamento e dedicação de todos os envolvidos nesse processo de construção de uma educação de qualidade para nossos alunos. No mundo atual, permeado pela tecnologia, a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), com finalidade pedagógica, é um caminho que traçamos. A tecnologia é, hoje, parte da vida de nossos jovens. Dissociar essa realidade dos nossos alunos, os “nativos digitais”, seria um retrocesso educacional. Desde 2012, existe o Programa de Tecnologia Educacional da Seeduc. Ele estabelece as normas e as diretrizes para a promoção da melhoria da qualidade do ensino da rede estadual, através da disponibilização de equipamentos de Tecnologia Educacional nas unidades escolares e de Recursos Humanos e Pedagógicos. O programa funciona em três macrocampos: fornecimento de tecnologia educacional para a rede (hardware); fornecimento de objetos digitais pedagógicos (recursos e animações que tornem as aulas mais dinâmicas e atrativas) e suporte humano aos professores (mediadores de tecnologia que visitam as escolas).

revistapontocom – De que forma a mídia e educação pode contribuir para a inovação escolar?
Maria Vivas Lessa de Araújo – As inovações tecnológicas fomentam uma melhor qualidade da educação, impactando o aprendizado dos alunos e melhorando o rendimento. Isso porque permitem tanto para os docentes quanto para os estudantes uma ampliação do acesso à informação, além de desenvolverem nos alunos o prazer em aprender. A relação da mídia e educação pode contribuir com a inovação no momento em que instiga os professores a analisarem e repensarem sua prática pedagógica atual, através da utilização de novos recursos pedagógicos tecnológicos. Além disso, a mídia e a educação estreitam a relação entre professores e alunos, oferecendo uma nova proposta de relação interpessoal. Hoje, disponibilizamos as mídias na educação de forma intensa e associada ao trabalho pedagógico do docente. Um exemplo do uso das tecnologias na rede é a implantação de três portais. 1) Conexão Educação, onde o professor lança as notas dos alunos através da rede. 2) Conexão Aluno (http://www.conexaoaluno.rj.gov.br), a equipe de conteúdo web envia, diariamente, matérias e atualizações para os alunos da rede estadual de ensino. Esse portal tem como objetivo conectar o estudante da rede pública estadual do Rio de Janeiro ao conteúdo e informações para o seu processo de aprendizagem. O portal coloca esses jovens em contato com as novidades relacionadas à sua vida escolar e pessoal. 3) E o Conexão Professor, a equipe de conteúdo web envia, diariamente, matérias e atualizações para os professores da rede estadual de ensino. Além disso, revisa e aprova todo o conteúdo enviado pela área pedagógica para a parte restrita do portal. Esse site tem como objetivo conectar o professor da rede estadual ao conteúdo e informações relativas à Seeduc. O portal disponibiliza os conteúdos pedagógicos onde está incluído o Currículo Mínimo da sua disciplina. Além disso, o docente encontra as Orientações Pedagógicas, documento complementar ao Currículo Mínimo, que tem como objetivo o aperfeiçoamento de sua utilização, além de oferecer sugestões de atividades, interdisciplinaridade, indicações bibliográficas, inclusive dos livros do PNLD, recursos digitais, entre outros.

revistapontocom – Neste sentido, há algum trabalho/projeto específico de capacitação/formação de professores na perspectiva da mídia e educação?
Maria Vivas Lessa de Araújo – Entre os projetos desenvolvidos nesse âmbito estão o ‘Programa de Tecnologia Educacional’ e o ‘Proinfo Integrado’, em parceria com o MEC/FNDE (desde 1988). O objetivo é promover o uso pedagógico da informática na rede pública estadual. A iniciativa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Além disso, capacita os educadores para uso das máquinas e tecnologias. Para isso, são ofertados quatro cursos de formação: Introdução à Educação Digital; Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs; e Elaboração de Projetos e Redes de Aprendizagem. Já o ‘Programa de Tecnologia Educacional’ está em vigor desde 2012. Fruto de uma parceria com MEC/FNDE e a empresa Hitachi, a iniciativa, que oferta equipamentos pedagógicos digitais integrados ao Currículo Mínimo, tem auxiliado no crescimento dos índices de desempenho, uma vez que essas tecnologias apresentam, de uma maneira diferente e eficaz, a aprendizagem dos alunos.

revistapontocom – Isso se reflete na escola? É possível portanto mapear experiências significativas no contexto da mídia e educação nas escolas da rede?
Maria Vivas Lessa de Araújo – Pelo acompanhamento pedagógico das ações e projetos, é possível identificar experiências significativas no contexto da mídia e educação. Como caso de sucesso, podemos citar o “Programa de Leitura”, desenvolvido pela Coordenação de Área do Conhecimento. A iniciativa conta também com o uso das novas tecnologias e o trabalho em parceria com a Coordenação de Tecnologia Educacional, por meio dos mediadores de tecnologia educacional. Uma das atividades propostas é a construção de uma fan page, em que agentes de leitura e alunos são orientados pelo mediador de tecnologia educacional na maneira de usar a ferramenta e produzir um trabalho de divulgação das atividades desenvolvidas pelos alunos. Entre os exemplos de unidades escolares que contam com experiências significativas neste contexto, estão o Colégio Estadual José Leite Lopes (Nave), que oferece cursos de Roteiros para Mídias Digitais, Multimídia e Programação para Jogos, onde utiliza plenamente as TIC, além da internet do parceiro (Instituto Oi Futuro/Microsoft); o Colégio Estadual Aureliano Leal, que oferta curso de qualificação profissional de construtor de páginas de internet. Há, ainda, o Ciep 117 Carlos Drummond de Andrade – escola de Ensino Médio Intercultural (Brasil- Estados Unidos) -, que desenvolve sua metodologia de ensino por meio do uso dos links de internet, como o do Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE), do Ministério da Educação (MEC), nos laboratórios de Informática e de idiomas. A unidade também utiliza as demais TIC, como a lousa digital. Os objetos digitais de apoio pedagógico, atrelados ao desenvolvimento de habilidades e competências do Currículo Mínimo, são disponibilizados no portal “Conexão Professor”. Essas ferramentas estimulam e possibilitam uma nova prática pedagógica, com aulas atrativas, que cativam o discente e melhoram os índices de rendimento e frequência escolar.

Foto acima de Cris Torres/Seeduc-RJ –
No detalhe, 
Colégio Estadual José Leite Lopes – NAVE

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Isabel Andréa B. Pinto
Isabel Andréa B. Pinto
9 anos atrás

Seria bom que as escolas tivessem internet que funcionasse minimamente, para que parte das iniciativas mencionadas na matéria, fossem colocadas em prática.
Nem mesmo, a secretaria das escolas, conseguem usar o sistema da SEEC/RJ, sem gastar um tempo absurdo para uma tarefa simples. Que dirá pensar em usar com turmas de 45 alunos…
Entendo que o caminho está pensado, falta operacionalizar a infraestrutura.

Isabel Andréa B. Pinto
Isabel Andréa B. Pinto
Reply to  Isabel Andréa B. Pinto
9 anos atrás

Como editar o comentário? Gostaria de fazer umas correções:
Seria bom que as escolas tivessem internet que funcionasse minimamente, para que parte das iniciativas mencionadas na matéria, fosse colocada em prática.
Nem mesmo, as secretarias das escolas, conseguem usar o sistema da SEEC/RJ, sem gastar um tempo absurdo para tarefas simples. Que dirá pensar em usar com turmas de 45 alunos…
Entendo que o caminho está pensado, falta operacionalizar a infraestrutura.

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