Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis

Luiza Lins, organizadora do encontro, antecipa as novidade da 8ª edição

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Por Marcus Tavares

A 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que este ano integra o calendário oficial do Ano da França no Brasil, será realizada de 26 de junho a 12 de julho, no Teatro Governador Pedro Ivo. Na programação, mais de 80 filmes, entre longas, médias e curtas, raramente difundidos em circuito comercial e que contam histórias de paz, amizade, brincadeiras, tolerância e respeito.

Assista ao making of do evento do ano passado:

Entre os convidados desta edição estão o cineasta francês Michel Ocelot, criador do lendário personagem Kirikou, que vai participar de oficinas e debates com crianças; o diretor Paulo Nascimento com o seu novo longa A Casa Verde; e o pernambucano Wildes Sampaio, da Ong WSP Brasil, que promove projetos sociais de produção audiovisual para crianças e adolescentes.

Além da mostra competitiva – este ano com 68 filmes -, o encontro conta ainda com oficinas, prêmios, pitching, júri infantil, exposições e com o 5º Encontro Nacional da Mostra, que discutirá, a exemplo dos anos anteriores, a questão do fomento para a produção do cinema infantil brasileiro.

confira os filmes que participam da mostra

saiba mais sobre o pitching

À frente de toda a organização, está a cineasta e produtora Luiza Lins, que dias antes do início do encontro, concedeu uma rápida entrevista para a revistapontocom.

Acompanhe:

revistapontocom – Quais são as novidades da 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis?
Luiza Lins
– Este ano vamos contar com a presença do cineasta francês Michel Ocelot. Criador de uma premiada cinematografia autoral de animação, que ganhou popularidade com o personagem Kirikou. Serão exibidos quatro longas do diretor e uma seleção de curtas dos anos 80, que foi lançada recentemente em DVD, na França. A vinda do diretor faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil. É a primeira vez que Michel Ocelot vem à América Latina. A 8ª Mostra de Cinema Infantil fará uma homenagem ao cineasta francês. Durante todos os finais de semana, serão projetados os longas Kirikou e a Feiticeira, Kirikou e os Animais Selvagens, Príncipes e Princesas e Azur e Asmar. Haverá também exposição de cartazes e storyboards dos filmes. Ocelot fará uma palestra sobre animação para adultos, no dia 10 de junho, e no dia seguinte vai conversar com as crianças. A presença de Michel Ocelot em Florianópolis reafirma o compromisso de a Mostra exibir obras de qualidade que sejam dirigidas a crianças e adolescentes.

revistapontocom – Além da presença do francês Michel Ocelot, o que é imperdível na programação deste ano?
Luiza Lins
– As sessões Diversidade Brasil. E, é claro, o encerramento com show do grupo Palavra Cantada. A Mostra deste ano recebeu 123 obras. Foram selecionados 68 filmes provenientes de 12 estados brasileiros para concorrer ao troféu Catarininha e ao prêmio de R$ 1 mil. Um júri mirim ajudará a escolher o vencedor. O número de inscrições mais uma vez aumentou em relação a 2008, o que evidencia o crescimento da produção audiovisual infanto-juvenil. As produções foram selecionadas por uma curadoria que avaliou a qualidade das obras e o conteúdo apropriado ao público-alvo da Mostra.

revistapontocom – O debate sobre o cinema nacional para criança vem ganhando espaço?
Luiza Lins
– Sim, este ano, pela primeira vez, o Secretário do Audiovisual, Silvio Pirôpo Da-Rin, participará do 5º Encontro Nacional do Cinema Infantil, que integra as atividades da Mostra. Isto é muito significativo, pois mostra um interesse maior neste segmento. O Edital Curta Criança do Ministério da Cultura [que incentiva a produção de curtas voltados para o público infantil] é uma realidade e, a cada ano, temos mais e melhores produções. Creio que esta demanda logo chegará também ao longa-metragem. Todas as ações feitas em prol do cinema infantil por pessoas que começaram lá atrás, como a Marialva Monteiro [do projeto Cineduc] e tantas outras, começam a dar resultados. O nosso desafio é dar continuidade a estas ações, fazendo parcerias nacionais e internacionais e seguir em busca de mais e melhores produções. Acho que estamos no caminho certo.

revistapontocom – O que a mostra já possibilitou de concreto na defesa do cinema nacional infantil?
Luiza Lins
– Poderia dizer que a parceria que foi firmada com a Programadora Brasil é muito importante, pois possibilita que filmes exibidos aqui na Mostra de Florianópolis possam ser assistidos por mais crianças, no site da própria programadora. O Pitching, que promovemos desde o ano passado, também é importante, pois viabiliza possibilidades de co-produção internacional para projetos de longa-metragem. Divulgar na mídia toda produção que já existe para as crianças – mas que poucas têm acesso e conhecimento – é sem dúvida o que de mais positivo temos realizado nestes oito anos de trabalho.

revistapontocom – São oito anos consecutivos e ininterruptos de mostra. O que isto significa?
Luiza Lins
– Muito trabalho. E também muita alegria em dar visibilidade a algo que considero importantíssimo para a educação e formação das nossas crianças.

revistapontocom – De que forma a sociedade pode contribuir com o desenvolvimento do cinema nacional infantil?
Luiza Lins
– Acho que temos que pensar em mais estratégias de desenvolvimento para o setor. Ainda não temos um cinema infantil forte. Ainda, pois chegaremos lá com certeza.

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Silvana Delácio
Silvana Delácio
15 anos atrás

Após o calendário do simulado da segunda unidade da Escola de Referência em Ensino Médio Cícero Dias – Recife, utilizei o filme Kirikou e a Feiticeira de Michel Ocelot para aula de história e alguns aspectos chamaram atenção dos educandos, como:
a produção francesa valorizar a lenda africana;
a produção diferente da produção vista na televisão;
o interesse pela diversidade cultural, povos, costumes e valores;
a força mítica do simbólico numa representação transcendental do humano;
a beleza e o valor de um povo que vai além do neo imperialismo e suas consequências política percebendo vida inteligente num continente africano de beleza e força ancestral, simbólica e criativa.
Fatores importantes na implantação da lei estadual de inclusão da cultura dos povos africanos no currículo escolar. Parabéns a Revista PLANETAPONTOCOM pelas excelentes matérias. Professora de História da EREM – Cícero Dias – Boa Viagem – Recife

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