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Monteiro Lobato animado

Nova versão já estreou. São 26 episódios de 11 minutos. A produção consumiu muita criatividade, trabalho e R$ 4 milhões. Entrevista com o diretor Humberto Avelar.

Por Marcus Tavares

A fantasia de Monteiro Lobato que marcou gerações de brasileiros está de volta. Estreio no dia 7 de janeiro, a mais nova versão do Sítio do Picapau Amarelo. Só que desta vez com uma grande diferença: em animação. Produzida pela Rede Globo e a produtora Mixer, a série vai ao ar nas manhãs de sábado, logo após a TV Globinho. São 26 episódios de 11 minutos cada. A produção consumiu muita criatividade, trabalho e R$ 4 milhões. A direção ficou a carga do diretor Humberto Avelar, que carrega em sua bagagem uma série de trabalhos também voltado para o público infantil, como os episódios O Saci, o Curupira, Matinta Pereira e O Boto, da premiada série Juro que Vi, produzida pela MultiRio.

Em entrevista à revistapontocom, o diretor acredita que a nova versão não vai atrair apenas as crianças, mas também muitos adultos: “Acredito que os adultos serão atingidos de forma especial em função do bom humor que investimos nessa versão e, naturalmente, pela nostalgia de rever os personagens clássicos de Monteiro Lobato”.

Acompanhe a entrevista:

revistapontocom – Como foi transformar a obra de Monteiro Lobato em animação?
Humberto Avelar – O processo de produção de animação sempre foi muito trabalhoso. Dessa vez, no entanto, tivemos alguns desafios a mais. O primeiro foi adaptar da obra de Monteiro Lobato para o formato de 26 episódios de 11 minutos. Os roteiros foram baseados em ideias e conceitos contidos na obra original, mas novas aventuras também foram criadas a partir daí. As historias dessa temporada foram inspiradas no livro ” Reinações de Narizinho” e a criação dos roteiros teve o acompanhamento e aprovação da própria família de Monteiro Lobato. O segundo desafio importante foi viabilizar a produção dos episódios em escala industrial. Foram animados cerca de três episódios por mês, equiparando a série ao tempo de realização das produções internacionais. Essa é uma iniciativa pioneira no Brasil já que nenhuma TV aberta havia ainda investido em sua própria série de animação.

revistapontocom – De que forma a equipe trabalhou?
Humberto Avelar – A equipe trabalhou dividida em duas cidades. Roteiristas, músicos, editores e produção em São Paulo. No Rio de Janeiro, animadores e equipe de arte. Coube a mim dirigir e integrar artisticamente esses núcleos, criando soluções que fossem criativas e viáveis dentro do cronograma de produção. Tivemos uma consultoria de profissionais envolvidos com produções infantis para o mercado exterior. A equipe de animação e arte contou com cerca de 30 pessoas, mas todo o grupo, incluindo roteiristas, músicos, técnicos e produção, ultrapassou 50 profissionais.

revistapontocom – De onde veio a inspiração para criar os personagens que já ocupam, por conta da teledramaturgia, o imaginário no público?
Humberto Avelar – O design dos personagens é do paulista Bruno Okada, escolhido num concurso promovido pela TV Globo. A partir desse traço inicial, que traz características bem estilizadas e alinhadas com o visual dos desenhos contemporâneos, criamos a ambientação cenográfica. Mesmo trabalhando sobre um visual cartoon, tivemos a preocupação de retratar paisagens tipicamente brasileiras. A animação brasileira vive um momento de expansão. Acredito que a série do Sítio será um grande estímulo na formação de uma indústria de animação  nacional.

revistapontocom – A série pretende alcançar outros públicos além do infantil?
Humberto Avelar – A série pretende alcançar uma faixa ampla de público. Trabalhamos principalmente focados no público mais jovem, de 4 a 6 anos. Mas as aventuras e conflitos animados vão alcançar certamente os mais velhos. Acredito que os adultos serão atingidos de forma especial em função do bom humor que investimos nessa versão e, naturalmente, pela nostalgia de rever os personagens clássicos de Monteiro Lobato.

revistapontocom – Em um de seus artigos já publicados, você diz que animação é coisa de criança. Pergunto: animação ainda é coisa de criança?
Humberto Avelar – Animação deixou de ser coisa de criança. No momento, acompanhamos bilheterias gigantescas dos filmes animados no cinema, proporcionadas pela presença dos adultos. Acredito que uma boa ideia animada deva se comunicar com todos, preservando, naturalmente, as diferentes leituras.
Afinal, o termo animação vem de “anima”, alma, o que dá vida e movimento. Um assunto que desperta a curiosidade de todos nós, sem restrição de idade.

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