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Rio das Pedras: comunidade e escola conectadas na recuperação do meio ambiente

Conheça o projeto Esse Rio é Meu, na Escola Municipal Jorge Amado.

Por Marcus Tavares

De post em post nas redes sociais, a Escola Municipal Jorge Amado, localizada em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro, vem unindo direção, professores, estudantes e seus pais e responsáveis em torno do projeto Esse Rio é Meu, desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom. O objetivo é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos rios da cidade. No caso da Jorge Amado, é o próprio Rio das Pedras, cuja nascente está localizada na Floresta da Tijuca e atravessa toda a região.

clique aqui e conheça a página da escola no Facebook

“O projeto foi incorporado às ações do nosso Projeto Político Pedagógico e de uma forma bem consistente, pois conseguimos envolver os professores e os pais dos estudantes. Eles são os grandes parceiros. Na primeira reunião que tivemos, expliquei os objetivos do Esse Rio é Meu e pedi a colaboração deles nesta conscientização junto às crianças. Com livre acesso à página do Facebook que criamos, a comunidade começou a postar conteúdos. Muitos levaram seus filhos para conhecer o rio das Pedras in loco, constatando a degradação do local e documentando através de fotos. Neste processo, acabam contando histórias antigas de quando o rio era mais limpo, há cerca de 30 anos, quando se podia brincar, tomar banho e lavar roupas. É um diálogo que alimenta as discussões em sala de aula e vice-versa”, explica Isadora Nascimento, que está à frente há pouco mais de um ano da coordenação pedagógica da escola.

Trata-se do primeiro grande projeto que Isadora está coordenando de forma presencial, desde a retomada das aulas, pós-pandemia da Covid-19. Segundo ela, um grande desafio, mas que vem sendo abraçado por todos os funcionários, professores e estudantes. E não é pouca coisa: a unidade atende a 36 turmas, sendo seis da Educação Infantil e 30 do primeiro segmento do Ensino Fundamental. São aproximadamente 1.100 estudantes e cerca de 40 professores e funcionários.

A chave para que a equipe esteja envolvida e as atividades aconteçam é dedicação. “É essa palavra que resume todo o trabalho. Sempre digo aos professores que eles são os verdadeiros protagonistas e que a coordenação/direção é quem responde pela produção do projeto na escola, por oportunizar todas as ações planejadas pelos docentes”, conta Isadora.

Pelo número de turmas que a escola possui fica fácil deduzir o trabalho de produção da coordenação e direção da escola. Desde que começou o desenvolvimento do projeto, são diferentes ações, atividades e debates que vêm sendo realizados da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Alguns exemplos: criação coletiva de um mural sobre o rio de hoje e o rio de tempos atrás; resgate da memória oral de funcionários, professores e famílias sobre o rio; levantamento da história do rio; campanhas de descarte consciente do lixo; e relatos das crianças sobre a atual situação do Rio das Pedras.

“Inclusive o projeto foi incorporado à disciplina eletiva de reforço de alfabetização que estamos oferecendo na escola por conta da pandemia, sob a condução da professora Monique Coletti. Todo o processo de alfabetização está sendo desenvolvido com base no universo das palavras que envolve o Rio das Pedras, como os animais, o entorno e as práticas culturais da comunidade”, explica.

Um outro caminho também encontrado para ampliar a discussão do projeto é associar as efemérides trabalhadas na escola com a temática da recuperação e preservação dos rios. Assim foi feito no Dia da Água, no Dia do Livro Infantil e na Páscoa. “Nesta ocasião, inclusive, os pais, em um ato simbólico, foram convidados a prestarem uma espécie de juramento, defendendo e preservando o Rio das Pedras, não jogando mais lixo no rio. Foi uma atividade liderada pela professora Adriana da Silva”, conta Isadora.

E no Dia do Livro Infantil? “Lembra do Reino das Águas Claras, do livro Reinações de Narizinho, do Sítio do Picapau Amarelo? Então, foi uma ideia da professora Flávia Figueiredo, do 1º ano. O Reino das Águas Claras serviu de modelo para se pensar no rio que os alunos querem”, complementa.

Agora com as proximidades das festas juninas, a coordenadora já adianta que a temática do projeto estará presente. Desta vez, a escola pretende ratificar a ligação da comunidade do entorno da escola, formada por muitos imigrantes nordestinos desde a década de 1960, com o rio.  “Queremos conhecer qual é a relação que os nordestinos têm com os rios, com a água e trazer isso para o centro do debate, promovendo um pertencimento de todos nós à nossa escola e ao rio que está próximo de nós. Queremos construir uma identidade, pertencimento e responsabilidade”, avisa Isadora (foto abaixo).

Responsabilidade comunitária e cidadã. É assim que os estudantes do 5º ano estão vendo o projeto. Pretendem, com seus professores, até o final deste ano, elaborar uma carta aberta aos gestores públicos, explicitando o desejo de recuperar o Rio das Pedras, apontando os problemas e as possíveis soluções. Argumentos não faltarão.

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