Por Marcus Tavares
Pode falar. Este é o nome do programa que vem sendo aplicado há um ano no Brasil, auxiliando, de forma anônima e gratuita, adolescentes e jovens, dos 13 aos 24 anos, na saúde mental e bem-estar. Por meio de um canal de diálogo via internet, os interessados podem dividir suas histórias, encontrando apoio e orientação. A plataforma, lançada pelo Unicef e outras instituições, em fevereiro de 2021, já teve mais de 35 mil atendimentos.
acesse aqui o site do programa
De acordo com o Unicef, os interessados têm acesso a três serviços, todos disponíveis no site podefalar.org.br . Na primeira sessão, “Quero me cuidar”, os usuários que acessarem o canal poderão receber vídeos, guias e manuais com orientação para o autocuidado. A segunda sessão, “Quero me inspirar”, permite participar de um processo colaborativo entre pares de dicas sobre como ficar bem; na terceira, “Quero falar”, adolescentes podem receber atendimento humano de escuta qualificada, oferecido por organizações parceiras. O atendimento de escuta individual funciona em regime de plantão, em um processo simplificado de encaminhamento, conectado com as plataformas da instituição parceira responsável pelo atendimento.
Atualmente, o programa conta com 55 atendentes, espalhados pelo Brasil, cobrindo cinco estados: Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rondônia e Santa Catarina. “Mas a partir do segundo semestre, a cobertura será nacional. Outras instituições de Ensino Superior vão participar, contribuindo na formação dos atendentes”, explica Hugo Monteiro, pesquisador de saúde mental de crianças, adolescentes e jovens e coordenador do Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Desde o lançamento do projeto, o núcleo é responsável pela formação dos atendentes.
Como parte da formação destes profissionais, foi realizado no dia 25 de maio, o II Seminário – Pode falar – As adolescências e as juventudes: a escuta acolhedora transdisciplinar. Na prática, o evento foi aberto para todos os interessados no tema. Em debate: a importância da escuta para a saúde mental de adolescentes e jovens e a escola como espaço de escuta de adolescentes e jovens.
Confira, abaixo, a gravação do evento:
De acordo com Hugo, o programa Pode Falar vem ratificando o quanto crianças, adolescentes e jovens precisam de uma escuta atenta e responsável. Segundo ele, cresce o número de casos de ansiedade, pânico, distúrbio do sono e automutilação.
O Seminário foi uma iniciativa do Unicef e parceiros, sob a coordenação do Núcleo do Cuidado Humano da UFRPE.