Você já recebeu texto, áudio ou vídeo pelas redes sociais? Basta um celular na mão. A quantidade de notícias circulando em redes sociais é enorme e, ao receber uma notícia de um grupo de família ou amigos, o impulso de querer repassar pode surgir, mas pare e pense: é preciso criar o hábito de checar a fonte da informação antes de compartilhar uma notícia! Pode ser fake news.
A Revistapontocom publica aqui texto enviado por uma leitora que preferiu não ser identificada, na matéria.
1) É muito comum notícias falsas anunciarem revelar “aquilo que a mídia esconde”. Pois bem, abandone o pensamento conspiracionista e se apoie em fontes. Não existe a “Grande Mídia”, monopolizadora das informações. A imprensa profissional é composta por diversas empresas concorrentes que vivem de notícias. Elas podem distorcer, manipular e reinterpretar informações segundo seus múltiplos interesses políticos e econômicos, mas não escondem os fatos de interesse público, nem inventam coisas inexistentes.
2) WhatsApp é um aplicativo de mensagens entre pessoas e grupos, não um portal de notícias. Logo, toda e qualquer informação recebida pelo aplicativo deve ser vista com suspeita e, por isso, pesquisada, antes de repassada.
3) Como pesquisar: jogue as palavras-chave, ou título da notícia, ou frases que a resumem no Google. Utilize também a ferramenta de “Notícias” do Google. Veja se a matéria reverbera em fontes confiáveis, antes de repassar por aí.
4) No Brasil, os principais sites de notícias são: G1, R7, UOL, IG, O Globo, Veja, Folha, Exame, Época, BAND., Estadão, Terra, BOL, Metrópoles etc. Se uma notícia não está reverberando em nenhum destes portais, não compartilhe.
5) Entender uma fonte como confiável não é o mesmo que concordar com a opinião, a análise e o enfoque dado pelo grupo jornalístico. Trata-se de reconhecer que ele reúne um grupo de profissionais com credibilidade, que não divulgam notícias falsas.
6) Blogs e sites de notícias pouco conhecidos não são fontes seguras de notícias. Não se deixe levar pelo layout bonito da página, pela linguagem atraente ou posicionamentos com os quais você se identique; confirme sempre a matéria nas fontes mais conhecidas, antes de repassar. As fake news mais influentes sempre são repostadas simultaneamente por várias páginas desconhecidas, mas o texto base muda muito pouco de uma página para outra. Fica a dica!
7) Existem diversos sites especializados em desmentir fake news: E-Farsas, Boatos, Agência Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake, Truco – Agência Pública, Projeto Comprova, Fake Check – Detector de Fake News etc. Vale muito a pena conhecer e frequentar cada uma dessas páginas!
8) Textos contendo notícias, ou informações, sem as fontes linkadas, não tem valor algum. Não compartilhe.
Outras dicas:
– Textos com notícias verdadeiras, raramente começam com chamadas sensacionalistas em caixa alta: “ATENÇÃO, ACABA DE VAZAR!!!”, “ALERTA GERAL!!!”, “BOMBA!!!”, “A CASA CAIU!!!”, “ACORDA BRASIL!!!”.
– Se tiver bandeirinhas do Brasil no título (??????), é quase 100% seguro que é uma fake news.
– Outra coisa, notícia verdadeira não pede para ser repassada, se o texto termina com: “Repasse para todos os seus contatos” ou “Vamos compartilhar essa informação sem dó”, é muito provável que a notícia seja falsa.
9) Possuir um link de fonte confiável, em anexo, por si só, não atesta a veracidade da notícia. Você deve clicar para assegurar que o link é verdadeiro e te conduzirá à página anunciada. Ou ainda, que o texto linkado está realmente contido na página indicada.
10) Cuidado com a manchete, todo texto deve ser lido na íntegra. Os veículos de comunicação precisam atrair você, por isso é muito comum títulos sensacionalistas destoarem do conteúdo da matéria. Leia tudo antes de repassar.
11) Observe a data da notícia. Às vezes, a notícia é verdadeira, mas é antiga. Tragédias, declarações de políticos, projetos de lei etc., antigos, costumam ser relançados no contexto atual, causando alarmismos desnecessários.
12) Prints do Twitter também devem ser tratados com muito cuidado. É muito fácil produzir falas polêmicas e chocantes com perfis falsos, criados com o nome e foto de gente famosa, mas que, logo depois, são apagados. Não repasse, pesquise!
13) Via de regra, notícias verdadeiras não circulam por áudios de WhatsApp: políticos, artistas, especialistas, médicos, enfermeiros, policiais, bombeiros etc. não passam notícias ou informações inéditas por áudios. Mesmo aquelas histórias emocionantes contadas por pessoas anônimas; parta sempre do princípio que são mentiras e pesquise. Não repasse notícias que só existem por áudio.
14) Vídeos, por mostrarem o rosto de quem fala, tendem a passar mais credibilidade. Mas a lente da câmera não tem filtro de mentiras e o fato de alguém se apresentar como especialista em algo (ainda que pareça) não prova nada. O YouTube, no geral, é uma péssima fonte de informações. Pesquise o conteúdo antes de passar adiante.
15) Vídeos de gente famosa, sobretudo políticos, dizendo algo polêmico, podem conter edições maldosas. Busquem vídeos completos, ou, no mínimo, o contexto completo de uma determinada fala antes de compartilhar. Jogue a frase polêmica no Google com o nome do autor – utilize a sessão de vídeos da ferramenta para localizar o vídeo original.
16) Não compartilhe nada por impulso. Uma notícia não se torna verdadeira por que confirma seu ponto de vista ou atende às suas expectativas, nem se torna falsa por que lhe desagrada. Você não é responsável pelo que recebe, mas é responsável pelo que repassa. Pesquise sempre!
Compartilhe do prazer que é desmascarar uma notícia falsa!