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Esse Rio é Meu: projeto quer tornar o Rio de Janeiro o primeiro município brasileiro a recuperar os rios da cidade, por meio das escolas

Encontro, no Museu do Amanhã, celebra as ações de 2022 e traça metas para 2023.

Por Marcus Tavares
Fotos de Andre Luiz Mello

Ser o primeiro município brasileiro a recuperar os rios da cidade por meio das escolas. Eis o desafio lançado nesta sexta-feira, dia 17, no Museu do Amanhã, pelo projeto Esse Rio é Meu. Desenvolvida em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa, a proposta vem engajando, desde o ano passado, as escolas na recuperação e preservação dos rios. Em 2022, foram 127 unidades e 18 rios. Neste ano, são 773 escolas e 68 rios. E em 2024: 1.545 escolas e 267 rios e córregos.

“Quando idealizamos o projeto tínhamos dois objetivos: inovar metodologicamente no dia a dia da escola, trazendo a causa do rio como uma temática interdisciplinar e provocar uma mudança cultural no território. Hoje, quando vemos o incrível trabalho e envolvimento das escolas, constatamos que os benefícios ultrapassam a área educacional e ambiental. É possível perceber impactos no território e em diferentes âmbitos: empreendedorismo, saúde, nutrição e cultura”, conta Silvana Gontijo, presidente do planetapontocom.

Um poder transformador que começa na escola, com os professores, estudantes e suas famílias que, inclusive, lotaram o auditório do Museu do Amanhã. Que o digam a coordenadora pedagógica Andréa Secundo González, da Escola Municipal José de Alencar, localizada em Laranjeiras, e a coordenadora pedagógica Laudicéria Reis, da Escola Municipal Paulo Maranhão, que fica em Realengo.

Andréa e Laudicéria foram convidadas para compartilhar suas experiências. Ambas destacaram o quanto o projeto é capaz de aliar os conteúdos das diferentes áreas de conhecimento e o trabalho de conscientização ambiental, colocando os estudantes como protagonistas, potencializando suas vozes.

Maria Alice Rangel, coordenadora de serviços da Águas do Rio, e Tâmara Motta, coordenadora de Responsabilidade Social da Águas do Rio, ratificaram que o envolvimento com as escolas é realmente poderoso e, sim, transformador. “Esse diálogo faz toda a diferença. Estar aqui hoje e ver de perto tantas ações escolares é muito gratificante”, destaca Maria Alice Rangel. Sinval Andrade, diretor superintendente da concessionaria, fez coro. Em sua análise, o projeto deixa claro o quanto a educação é uma peça importante na construção de um mundo mais saudável.

“E isso não é de forma alguma clichê”, complementa Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro. Segundo ele, as soluções para muitas questões da sociedade estão ou passam pelas escolas. “Isto porque não existe nenhuma outra instituição que garanta os direitos das crianças, dos cidadãos, promovendo uma educação holística”, destacou. Na opinião do chefe de gabinete da Casa Civil da Prefeitura do Rio, Lucas Padilha, o poder público tem, portanto, um compromisso inadiável com a atual geração de meninos e meninas.

Um dos embaixadores do projeto, o jornalista Edney Silvestre ficou surpreendido com os relatos apresentados pelas escolas. E saiu convicto: “É esta geração que está na escola que vai mudar as coisas, vai transformar. A nossa geração não tem mais tempo. Neste sentido, precisamos investir nesta geração. Saio daqui hoje com o sentimento de urgência”.

Aos 92 anos, o jornalista e escritor Zuenir Ventura também compareceu ao encontro. O embaixador nº 1 do projeto não escondia a felicidade de constatar o quanto a proposta cresceu. “Quando Silvana Gontijo me apresentou o projeto eu a encorajei de imediato. Estou superfeliz, emocionado e orgulhoso dela e da proporção que este programa alcançou”.

Sentimento compartilhado pelo amigo de profissão, e também embaixador, Ancelmo Gois. “Confesso que fiquei impactado com o tamanho dessa repercussão e do trabalho que está sendo feito nas escolas. É um projeto que cresce, se alastra e contagia e revela que a sociedade civil pode e faz muita diferença”.

Nas palavras da escritora e membro da Academia Brasileira de Letras, Rosiska Darcy de Oliveira, outra embaixadora, trata-se de uma inovação na educação que leva em conta uma das questões mais assertivas do nosso tempo: o meio ambiente. “Um projeto que é importante para a cidade e para o Brasil. Torço para que essa experiência alcance todo o país, todos os rios”.

Rios, que no poema O Grito do Rio, de autoria de Silvana Gontijo, querem seguir seu destino lindo e limpo. “(…) Me deixem molhar, me deixem nutrir, me deixem servir. Me levem, me naveguem, mas me deixem a vida regar. Se não for assim, juro, prefiro secar”. O poema foi interpretado pelo ator Thiago Lacerda, outro embaixador do projeto. Ao final de sua leitura, emoção e aplausos.

Enquanto professores, especialistas, representantes dos parceiros e convidados conheciam mais sobre o projeto no auditório, um turminha do 1º ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal D. João VI, se preparava nos bastidores para entrar. Depois de um lanche reforçado, as crianças vestiram um figurino caprichado e se dirigiram para o palco. Missão: cantar o samba que foi criado pela comunidade escolar para chamar a atenção do bairro de Higienópolis sobre a importância de resgatar e preservar o rio Faria Timbó.

Entre os estudantes, estava Rodrigo Farias, de 6 anos, da turma 1101.

– Conta pra gente: o que você veio fazer aqui hoje, Rodrigo?
– Cantar uma música que a gente fez sobre o rio.
– Que rio?
– Rio Faria Timbó.
– E como o rio está? Ele tá legal?
– Não. Tem muito lixo dentro dele.
– E você gosta dele assim?
– Não.
– Por quê?
– Eu queria brincar nele, nadar, pescar…
– Você tem esperança de um dia isso acontecer?
– O que é esperança?
– Esperança é uma coisa que a gente fica torcendo para acontecer.
– Então eu tenho esperança!

O publicitário Lula Vieira, também embaixador do projeto, atento a cada detalhe do encontro, disse que o mundo, de certa forma, demorou muito tempo para debater e refletir sobre as questões ambientais. Mas, ao que parece, trata-se, hoje, de um tema da maior urgência. “É uma questão de sobrevivência.  A não agressão ao meio ambiente vai se tornar uma defesa de todos nós. Não há outro mundo”, destacou.

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