Por Marcus Tavares
Registrar e reunir todas as informações sobre cada experiência. Promover e divulgar as atividades para o público interno e externo. Reconhecer o protagonismo. Gerar memória. Instigar a participação de outras pessoas. Bem, a lista dos objetivos de criar um jornal da escola é tão grande quanto as ações desenvolvidas pelos professores e estudantes da Escola Municipal Octavio Frias de Oliveira sobre o Programa Esse Rio é Meu. Localizada no Anil, Zona Oeste do Rio de Janeiro, a unidade começou a trabalhar com o projeto no início deste ano letivo.
“Somos uma equipe comprometida e, muitas vezes, nós, professores, não lembramos de registrar nossas atividades, o que também é muito importante. Os professores vestiram e vestem a camisa do programa e a cada dia foram me enviando relatos do primeiro semestre. Tive então a ideia de editar um jornal, o jornal Octavio News, trazendo todas as experiências do Esse Rio é Meu, inaugurando assim o primeiro número da publicação”, comemora Suzana Fernandes, coordenadora pedagógica da unidade.
O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. A Escola Municipal Octavio Frias de Oliveira vem trabalhando com o Rio Anil.
Confira aqui o Jornal Octavio News
Suzana, como explica, não precisou bater de sala em sala para saber o que os professores estavam desenvolvendo. No início do ano, em reunião de equipe, todos planejaram as atividades, integrando-as ao Projeto Político Pedagógico da Octavio, que conta com cerca de 800 estudantes, da Educação Infantil ao 1º segmento do Ensino Fundamental e 6º ano Carioca e aproximadamente 50 docentes.
Na lista de trabalhos desenvolvidos há de tudo um pouco. Os estudantes entrevistaram familiares para conhecer as histórias do rio no tempo dos avós, resgataram a origem do leito por meio de pesquisas na internet, produziram um cordel para chamar a atenção da comunidade sobre a poluição do rio, compuseram o rap Esse Rio é Meu, transformaram a conscientização em poesias e esculturas, conversaram com profissionais do meio ambiente e da limpeza urbana da cidade, revisitaram a horta da escola, plantaram sementes de girassóis e uma goiabeira, elaboraram cartazes, leram livros sobre a importância da preservação do meio ambiente e tornaram-se multiplicadores do programa, apresentando para a comunidade suas atividades e ações.
“Hoje, já percebemos o quanto esses estudantes estão antenados e preocupados com a poluição, com o descarte irregular do lixo. Quando chegam na escola já falam sobre as irregularidades que viram no caminho. Estão exercendo a cidadania”, conta Suzana.
Graduada em Música (UFRJ), em Pedagogia (Uerj), com pós-graduação em Gestão Escolar (USP), Concepção, Construção e Avaliação de cursos EAD (PUC-Minas) e mestrado em Novas Tecnologias Digitais em Educação (UniCarioca), Suzana acredita que, por meio da educação, é possível transformar. Sua trajetória acadêmica, diz ela, vem sendo traçada exatamente para contribuir ainda mais com área do magistério. “E tento fazer com que tudo que aprendo seja posto em prática na escola, mostrando o quanto o conhecimento e o estudo são importantes para o nosso crescimento”, complementa.
Toda a edição do primeiro número do jornal foi feita por Suzana. “Fui recebendo o material e editando. Depois circulei o link para os professores, estudantes, funcionários e os responsáveis. Adoraram. O próximo número será sobre inclusão”, adianta.
Nos próximos meses, Suzana e equipe vão dar continuidade ao programa Esse Rio é Meu. Na pauta: os sonhos. “Queremos refletir com a nossa comunidade qual é o sonho de cada integrante com relação ao Rio Anil. O que desejamos para o futuro?”, indaga e finaliza.
