Por Denise Vilardo
Professora da Rede Pública Municipal RJ, coordenadora Pedagógica do Colégio Graham Bell e colaboradora da Fundação Darcy Ribeiro.
Sem duvidar da legitimidade dos argumentos que levaram e levam os profissionais da educação a fazerem greves, creio que esta é uma estratégia que já não frutifica há tempos. Ou melhor, frutifica sempre para o lado negativo da questão. Quem perde é sempre o aluno.
As greves deram algum resultado, no âmbito da melhoria salarial, quando elas ainda pressionavam os governantes que, não sabendo lidar com a situação, ficavam assustados com o fato dos professores estarem se fortalecendo pela união.
Mas isso foi no final dos anos 70 e início dos 80. De lá para cá, não lembro de nenhuma greve que tenha tido resultados significativos no bolso dos professores. Ao contrário, elas têm servido para o governo economizar luz, gás, telefone e merenda.
Quanto às outras reivindicações que sempre vêm no bojo das campanhas, que sugerem melhorias em outros âmbitos e que envolvem a qualidade do trabalho, essas, então, nunca são alcançadas.
Para não ser radical de vez, lembro que, na Rede Municipal do Rio de Janeiro, ainda na década de 80, os professores reivindicaram horário de Centros de Estudos, dentro da carga horária regular, no que fomos atendidos. Mas, infelizmente, os próprios professores esqueceram que essa havia sido uma demanda própria e passaram a lidar com esse horário como sendo uma “obrigação” implantada pelos dirigentes e, salvo algumas honrosas iniciativas de poucas escolas, esse horário perdeu o sentido acadêmico e político.
É preciso reconhecer que a greve não funciona como forma de pressão. O fato de os alunos das classes populares ficarem sem aulas, o que significa ficarem sem aprendizagem formal, sem talvez a única possibilidade de contato com o mundo do conhecimento organizado, não sensibiliza a sociedade.
Digo isso com tristeza e constrangimento. É tempo de pensar em novas estratégias e que, a meu ver, começam dentro das salas de aulas e se expandem para as famílias dos alunos. Os alunos e suas famílias são os únicos que sentem falta da escola, mas não têm voz.
E os próprios educadores têm que valorizar o seu trabalho, para além dos R$ da hora aula, e se assenhorear da sua importância não apenas no estrito processo educativo, mas na importância da sua participação na formação da vida dos alunos, na sua ação política que deve reverberar em cada canto da sua sala de aula e ganhar força dentro e fora das escolas.
O que não podemos perder de vista é que, a cada aula não realizada, perdemos mais uma oportunidade de sermos relevantes para a vida de nossos alunos. Talvez isso não faça diferença para alguns professores, mas certamente faz para os alunos.
Me lembrei de uma crônica, do saudoso Fritz Utzeri, de 2002, e que transcrevo aqui (trecho adaptado de crônica de Fritz Utzeri, jornalista, para o Jornal do Brasil, em 19/05/02)
Celeste e a Geografia
“(…) Da professora Isabel Penteado recebo carta: ‘Entre os vários artigos seus que leio, recorto e divulgo, está o ‘Quadro Negro’. Levei para o curso de Inglês onde trabalho. Apesar de lidarmos com a ‘nata da nata’, temos consciência do que rola por aí. Já ensinei em escola municipal e sei como é. Uma colega que ensina Português leu o seu artigo e trouxe uma cópia de uma redação. Segundo ela, o texto foi escrito por uma jovem incapaz de fazer uma prova de Geografia, porque desconhecia a matéria. No lugar da prova fez esse manifesto – desabafo – obra-prima como relato de nossa triste realidade social.’ Ei-lo:
‘Tentei resolver a prova, mas infelizmente após ter concluído o segundo grau no CIEP Mário de Andrade me caiu a ficha de que não faço parte da elite, sou apenas mais uma jovem ‘recém-diplomada’ pela rede pública de educação, como tantos milhares que ficaram reprovados neste exame. Realmente não tenho condições de passar por essa enorme barreira que me separa do sonho de ser médica, mas infelizmente não tenho dinheiro para pagar um cursinho, nem tive para bons colégios. Nem ferramentas para a batalha eu tive, pois após a falta de tempo e boa vontade dos professores, constatei também a falta de livros nas bibliotecas. Por que você não faz uma estatística para saber quantos estão na minha situação, morrendo de sede com uma cachoeira à frente?
O quanto eu sonhei com este dia do vestibular. A chance de um futuro melhor, de dar uma vida melhor a minha mãe, de dar conforto, de ter conforto. Aí eu me defrontei com um enorme muro de concreto, chamado ignorância, que me foi passado em 12 anos de ensino público, talvez não corresponda a seis do particular. Talvez eu tenha me deslumbrado com o fato de sempre ter sido chamada de boa aluna, mas não sabia que aquilo não era nem o trivial, por isso me aventurei e tirei 4,5 em Redação, um bom começo para quem conhecia parte da dificuldade. Agora estou triste, vejo o quanto me falta saber, o quanto está longe de mim o conhecimento.
Se chegou até aqui, obrigada pela atenção, talvez pela compreensão em saber que longe do seu mundo, do lado de fora da festa, existe mais alguém que almeja chegar, entrar e fazer parte do pequeno número de pessoas, das contáveis, pessoas que podem, que possuem condições reais de ter uma profissão.’
Celeste, esse é o nome da adolescente que desabafou nas folhas da prova de Geografia, é extremamente articulada e pelo menos não foi traída por seu professor de Português. Mas seu relato sem esperanças, a barreira que a impede de realizar o sonho de ser médica é um exemplo claro de como o Brasil joga fora vidas que ainda estão começando, mata talentos que, se tivessem oportunidades, contribuiriam para resolver os problemas que os políticos parecem desprezar. (…)”
“Mas isso foi no final dos anos 70 e início dos 80. De lá para cá, não lembro de nenhuma greve que tenha tido resultados significativos no bolso dos professores.” Definir o que é resultado significativo no bolso dos trabalhadores é coisa complicada, mas todas as conquistas salariais, em todos os tempos e governos, foram conquistas resultantes de movimentos grevistas. Logo, a efetividade desses movimentos grevistas nem são desprezíveis e nem podem ser diminuídas em seus resultados econômicos. Penso que a autora não avaliou bem a questão. Obviamente, que a dinâmica social e política não tem garantido a manutenção das mesmas. Desse modo, a greve ainda é a forma de luta efetiva de conquistas do magistério em todos os cantos.
Eu queria pegar um ponto da carta aberta que a colega Ana Paula Pontes escreveu, para comentar.
“Ou a senhora acha que, sem greve, os nossos bonzinhos governantes vão acordar de um sonho e dar um aumento para os professores? ”
Me parece que a greve também não fez os nossos bonzinhos governantes acordar do sonho.
A questão é bem essa, não adianta mais fazer greve… é algo que está naturalizado, já é esperado, não pressiona governante. Uma greve de rodoviários pode pressionar, pois há gente rica perdendo dinheiro… mas greve de professores? Quem está perdendo com uma greve de professores? Pessoas que não tem poder, não tem dinheiro e na sua grande maioria nem votar elas podem ainda! Os governantes nunca deram a mínima para essas pessoas, porque eles se importariam se estão perdendo aulas ou não? A sociedade também dá com os ombros e não se importa….
… e por isso acho que o caminho é bem pelo que a professora Denise disse… enquanto nós, professores, não convencermos a sociedade que a função da educação é muito mais ampla do que preparar pra provas ou sei lá, de que a educação é realmente importante e pode transformar profundamente a realidade, a nossa sociedade não vai ligar muito se os professores estão trabalhando ou não. (Aliás, eu fiquei com nojo quando vi um telejornal focando como grande perda da greve o Vestibular… mas que diabos, estamos educando pra ensinar a fazer vestibular?????).
Enquanto isso não acontecer, greve não vai adiantar nada. Vamos ter umas migalhas e nada mais, e a educação vai continuar nessa condição.
As pessoas não costumam ler sem incluir na leitura seus pre-conceitos sobre o assunto. Não conseguem olhar o ponto de vista do outro para refletir e mesmo se discordar, compreender a complexidade da situação: Percebo sua angústia em relação as constantes e repetitivas greves. Em nenhum momento você disse que concordava com os salários ridículos pagos na rede pública! Nossos colegas é que ainda não perceberam que só eles, os alunos eo ensino que dizem amar e se dedicar é que saem perdendo!!
Tenho uma sobrinha que é exemplar. Está no 6º ano e teve uma excelente colocação saindo da rede municipal de Niterói para o Pedro II em São Cristóvão. A menina almoça as 11 da manhã e só chega em casa as 8 da noite pegando o rush da ponte. Agora, está há + de uma semana em greve e só Deus sabe quanto ela terá que RALAR para recuperar o tempo perdido.
Temos o governo mais sem-vergonha do mundo e só os colegas não percebem que mesmo em greve, são massa de manobra deles…
Isso não tem nada a ver com amor: tem a ver com enxergar nas entrelinhas. Cada pai de classe média que se enforca para pagar escola particular para o filho é um suspiro de alívio para o governo hipócrita que temos. O mesmo vale para os planos de saúde! Que a força esteja com você Denise!
Querida Denise,
serei corajosa para dizer que apoio totalmente seu ponto de vista. Infelizmente parace que poucos compreenderam o que você quis dizer. Sou professora do estado do Rio de Janeiro e não participei da última greve que se mostrou, como eu esperava, inútil. E é a primeira vez que vejo alguém tocar em um ponto que considero o mais importante nas mudanças que espero da educação: as condições de trabalho. Afinal, não importa o quanto eu receba, se não houverem livros, salas decentes, luz elétrica, internet e xerox não posso ser boa profissional. E isso pouco se reinvindica.
Parabéns pela coragem, professora Denise Vilardo.
Caros Professores,
Vou tentar dizer de outra maneira, para ver se me faço entender.
Uma coisa é a luta, outra coisa é a estratégia de luta. O que tenho criticado é a estratégia e não a legitimidade da luta.
Em momento algum sou contra a luta. Depois de ter participado de inúmeras greves, frequentado assembleias, ter o meu ponto cortado n vezes, além de ser penalizada pela CRE por ter “segurado” uma greve até o final junto com os professores da minha escola, acho que temos que mobilizar a sociedade de outra maneira. A greve não sensibiliza mais ninguém, não causa nenhum desconforto às pessoas, ninguém se incomoda, naturalizou-se a tal ponto que passou a “fazer parte” do calendário escolar.
Enquanto não envolvermos os próprios alunos e as suas famílias, os ganhos serão sempre irrisórios. A nossa luta tem que ser a luta de toda a comunidade escolar. Nossa indignação tem que ser a indignação de toda a sociedade. E só conquistaremos esse apoio quando nosso trabalho for considerado imprescindível. E ele só se torna imprescindível quando faz sentido e é transformador.
O governo tem que ser pressionado de maneira surpreendente e a greve é francamente desgastante e previsível.
E quem perde, é sempre o lado mais fraco, que é o do aluno.
Grande abraço
Denise
Gente,
Vamos, conforme recomendação de alguns, olhar a realidade mesma das coisas, mas sem hipocrisia.
Fui aluno de escolas públicas no contexto das décadas de 70 a 80, fui prejudicado, enquanto aluno, por inúmeras greves, as quais eram periódicas nessa época; ocorriam na razão de uma por ano e duravam minimamente um mês. Os dias letivos nunca, frise-se o nunca, eram repostos.
Já na década de 90, tendo terminado a Licenciatura, comecei o exercício da regência de turmas.
Fui professor de uma certa escola técnica estadual, antes ainda da existência da FAETEC.
Certa feita, diante de mais um indicativo de greve, havia uma reunião na sala de professores onde discutia-se o teor das reivindicações, a mesma conversa que observei ao longo da atual greve, diga-se de passagem. Ao longo da reunião, como não se conseguia ir além da questão salarial, resolvi tomar a palavra e chamar a atenção dos presentes para questões outras que não a remuneratória, usei como argumento o fato de que qualquer um ali, se desse 06 (seis) tempos de aula em alguma escola particular , já suplantava o salário do estado.
Fui questionado, então, do porque de estar trabalhando ali. Respondi dizendo que fazia aquilo porque acreditava na escola pública, ao que recebi uma sonora gargalhada coletiva dos demais presentes. Foi o último ano que dei aula no estado.
Sinceramente, fica evidente que o texto da professora Denise teve o poder de catalizar, ainda que creia não ter sido essa a intenção dela, a desesperança e a impotência que acomete os professores do estado. Algo como um espelho num teatro de zumbis, onde cada um não quer ver o seu próprio reflexo.
Enquanto se insistir nesses modelos cristalizados de (re)ação, o máximo que se continuará conseguindo amealhar será o mesmo arremedo de migalhas que aqueles meus professores conseguiram há 30 anos atrás.
As coisas mudam de duas formas, pela revolução ou pela evolução. Aos que aqui se jactanciam de serem agentes da transformação, de terem um compromisso histórico com a classe, tenham um pouco mais de dignidade (talvez coragem seja a palavra mais correta) e façam como os bombeiros, do contrário aguardem a evolução.
Carta aberta à Denise Vilardo
Por Ana Paula Pontes de Castro
Senhora Denise,
Primeiramente me recuso a acrescentar, antes do seu nome, a qualidade de professora. A senhora, em seu RIDÍCULO artigo publicado na “RevistaPontocom” , acabou de jogar fora o seu diploma.
Ao ler o seu artigo, fiquei me questionando e gostaria muito de obter uma resposta sua para os seguintes questionamentos:
• Qual é a sua concepção de Educação?
• O que a senhora jurou, diante do reitor e da sociedade brasileira, durante sua Colação de Grau?
• A senhora trabalha como coordenadora de uma escola. Vive do seu salário somente? Ou será que conta com a ajuda de outras pessoas? Ou tem algum outro emprego que consiga trazer o sustento de uma vida digna para você e sua família?
Pelo visto, a senhora apóia o discurso do Governador do Ceará, Cid Gomes, que acredita que professor tem que educar por amor, não por dinheiro.
Para ser franca com a senhora, nós, educadores, educamos por amor mesmo. Porque se estivéssemos pensando em dinheiro somente, não seríamos professores. Já entramos nessa profissão sabendo que teremos muito chão para lutar a favor dos direitos dos professores.
Acontece que, se não lutarmos pela dignidade do nosso magnífico trabalho, quem lutará por nós? Ou a senhora acha que, sem greve, os nossos bonzinhos governantes vão acordar de um sonho e dar um aumento para os professores? Não! Se pensa que, sem greve, o professor vai ser valorizado porque os governantes são bonzinhos, a senhora está redondamente enganada.
Se a senhora estudou um pouquinho, então sabe que a história da educação foi escrita através de muita luta, que ainda não terminou.
Aliás, como os colegas já comentaram sobre seu artigo, não sei de onde a senhora tirou a informação de que as últimas greves desde a década de 80 não obtiveram resultados. Não sei como uma educadora é capaz de escrever alguma coisa sem se informar primeiro. Imagino o que está fazendo com seus alunos: está ensinando a escreverem o que pensam sem precisar estudar o assunto primeiro? Somente escrever, sem saber se informar? Porque, pelo visto, foi o que a senhora acabou de fazer!
Como acha que os professores poderão formar o aluno como cidadão, se eles próprios não têm direito a uma vida digna? A um salário que valorize o mínimo do que ele faz, estuda, trabalha?
Estou decepcionadíssima em ler um artigo de alguém que julga incompetentes aqueles que chama de colega (e aí, minha senhora, estamos todos recusando esse coleguismo seu – obrigada, mas colegas como a senhora não são bem vindos!). O que a senhora tem em mente para afirmar um absurdo desses? Chamar os “colegas” de incompetentes é ainda pior do que ignorar os benefícios de uma greve a favor da valorização digna do trabalho do professor. Como no comentário da colega Rosaria, os professores buscam formação continuada, estudam para saber educar melhor, estão sempre se aprimorando, correm de uma escola a outra, de um curso a outro, lutam, enfim! E quando fazem greve, pedindo uma remuneração digna (e veja bem, não é uma remuneração BOA, mas DIGNA, que pelo menos faça jus ao seu trabalho, estudo e luta diária por uma educação de qualidade), ainda são obrigados a se deparar com um artigo como esse que a senhora escreveu?
Cara senhora Denise,
Em nome dos meus colegas professores, respondo aqui ao seu artigo, banindo a senhora do nosso círculo de companheirismo de luta por uma educação de qualidade. A senhora, que acaba de rasgar publicamente o seu diploma, não merece sequer ser chamada de professora.
Por uma educação de qualidade!
Pelos direitos da aluna Celeste!
Por um salário digno aos professores!
Obs: O que me indigna mais é que, se a greve tiver um ganho, ainda teremos que agüentar que essa senhora receba os benefícios de uma luta que ela não apóia!
Ana Paula, sou apenas uma mãe querendo entender e não estou aqui para julgar. Mas não teríamos como unir forças da escola e pais e reivindicar durante o ano letivo todo, com reuniões, passeatas, mas sem fazer greve ? Até pq quando entramos para trabalhar em algum lugar, sabemos o valor do salário e benefícios oferecidos. Não é um julgamento e sim dúvidas.
Realmente horrível o artigo! A autora, se tivesse o mínimo cuidado de fazer uma análise empírica dos ganhos da última greve de profissionais da educação no RJ (estado que, parece, ela mora), não poderia, por bom senso, publicar um artigo desses! É lógico que o nível de conquistas não foi o que o conjunto da categoria esperava, mas está muito acima do que o governo queria oferecer… e portanto, sem nenhuma análise mais rigorosa, ela teria que reconhecer que a greve faz sentido, apesar de todos os problemas que ela possa trazer para alunos, funcionários e pais.
Aliás, para ela escrever sobre greve, devia, pelo menos, ter a ética de ter acompanhado a greve, para saber o nível de discussão e participação, as conquistas, etc. O problema está aí: pessoas que não fazem nada, não vão a assembleia, etc. e ficam falando asneiras!
Acredido muito na Educação como sistemna modificador da realidade, muito me espanta a honrada senhora Professora deconsiderar as conquistas das greves até hoje! Graças a organização de greves nós professores continuamos a campanha de valorização desta figura indispensavel para sociedade. É fato que os professores são grandes aliados do progresso e juntos devemos reconduzir as próximas manifestações afim de valorizar nossa classe, e de fato os alunos não saem prejudicados além do conteúdos ministrados nas aulas de reposição ganham uma lição de cidadania. #amoserprofessor
Não sei como essa senhora paga suas contas para dizer que os professores não devem se preocupar tanto com o valor da hora/aula, mas seu discurso sintomático. O problema da greve é que a propria classe não se une e a população não apoia aqueles que querem muito mais do que salarios justos, normalmente estão nas reinvidicações dos grevistas, junto com os aumentos, uma série de outros pontos que visam a melhoria do ensino (como a não aceitação da chamada “aprovação automática”).
Não sou professora, mas apoio a greve. Fui aluna de escola e universidade públicas e muito me orgulho disso. Tenho amigos que são jovens professores do Estado, cheios de desejos de ensinar, de mudar a atual situação em que nos encontramos, e que fazem greve, e são motivos de grande orgulho. Meus pais são professores, já estiveram na rede estadual e hoje estão em universidade federais e fizeram e ainda fazem greve.
O que lugar público é lugar de negociação constante, e a nossa educação deveria ser tão prestigiosa quanto a nossa economia.
Algumas palavras saíram com erro de digitação, pois digito muito rápido. Quando fui fazer a correção, o tempo acabou: *umbigo, *próprio, existe uma vírgula após tutores. Caso haja mais algum, desculpem-me. Mas fico possessa com injustiças!
Boa tarde a todos. Bem, triste são aqueles que colocam a culpa somente nos professores ou na greve, um dos únicos instrumentos que ainda temos.EU FIZ GREVE E FAÇO REPOSIÇÃO! Com esta última, os funcionários ganharam muito, e é por eles que lutamos também!Tem gente que só olha para o prórpio umbigo!Será que quem coloca a culpa está em sala de aula, isto é, em salas de aula, durante todo o dia, todos os dias da semana, correndo de uma escola para outra, ou se acovardaram em gabinetes distantes da realidade diária? Euzinha resolvi enfrentar um curso de formação continuada, oferecido pelo governo do Estado, curso semipresencial, em que vi uma oportunidade de reforço, inovação ou mesmo reciclagem de meus conhecimentos, mesmo tendo certeza que trabalho com SERIEDADE, fazendo muito além do que posso. Pois é, o tal curso começou em julho passado e o Sr. Secretário de Educação prometeu um bolsa de 300,00 para pequenos custos durante a nossa formação. Poi bem, professora, até agora, 27 de agosto, não recebemos NADA,apesar de fazermos todas as tarefas propostas na plataforma de ensino, inclusive com louvor, palavras dos tutoresprofissionais exemplares por sinal. Os governantes não honram com o mínimo, portanto,não admito que ninguém coloque em cheque a minha competência nem tampouco a de meus colegas,falando em traição. A aluna tem que enfrentar obstáculos como todos enfrentam diariamente e nem por isso desistem, como ela fez. O texto dela não é exemplo para nada. Eu mesma, trabalho em uma escola compartilhada, escolas que estão na iminência de serem extintas e vários alunos, nestes treze anos de magistério já foram me agradecer pelas aulas de redação, pois tiveram oportunidade de seguir um caminho de sucesso e são universitários hoje. Um aluno, o Júlio, fez Assistência Social, é amigo da escola, já fez palestras na mesma e em breve fará Pós-graduação. Ele tem 52 anos! Não desistiu. Brigou com as dificuldades e venceu! E nos agradece muito! Devemos sempre mostar exemplos de glórias e não de desistência! NÓS, PROFESSORES REGENTES DAS ESCOLAS PÚBLICAS SOMOS EXEMPLOS DE DIGNIDADE, COMPETÊNCIA E HONRADEZ!
A quem interessa essa falácia neoliberal? Aos poderosos que se beneficiam do apodrecimento da educação pública. Somos profissionais, e como tal merecemos ser reconhecidos pelo papel que desempenhamos na sociedade.
Professora, seu discurso é previsível, pois a Sra. sai em defesa dos interesses dos Governos que querem massacrar dia após dia o professor, para anular o nosso papel como agentes da mudança social, desalienando a massa e retirando-a do conformismo que se encontra.
Deixo uma pergunta: se a greve não pressiona, que outro mecanismo o trabalhador tem para se levantar contra os dominantes?
A propósito, não me espanto, pois a Sra é colaboradora de um instituto que leva o nome de um dos homens mais manipuladores da história da educação brasileira. Lembra-se da “adequação” da LDB? E de sua célebre frase: Deixem os velhinhos morrerem em paz! Diante do olhar atônito de ninguém menos que o grande Paulo Freire.
Revoltosamente, encerro com tristeza de ver uma educadora com concepções tão reacionárias.
Fico impressionada quando profissionais de nossa categoria têm “coragem” de se posicionar contra a sua própria classe. Quando ela diz que o professor deveria trabalhar com o objetivo da responsabilidade, do amor, blá, blá, blá, blá… Será que ela depende do que ganha para sustentar seus filhos? Será que ela trabalha em vários lugares para conseguir ter uma vida digna? Essa fala é a mesma do governo! Para quem ela trabalha, verdadeiramente? Professora, você precisa conhecer um pouco mais a realidade da educação! Essa fala mansa dos governantes nao convence mais! Trsite e constrangedor é tentar colocar os alunos e pais contra os profissionais que estão no seu direito!!!!!
Lamentável o seu comentário!!!!
Não entendi bem este artigo: primeiro não tem uma conclusão, depois a crônica que a autora cita para fundamentar sua crítica ( a que todos têm direito!), naõ condiz com o argumento e sim o contraria. Greve, nunca é algo bom, pelo contrário. Mas daí a afirmar que não dá resultado… Ninguém escolhe entrar numa greve de bom grado, mas sim quando é necessário. Os alunos são prejudicados com uma greve? Pode até ser, mas o professores e demais funcionários da educação também são! Agora, muito mais prejudicados são os alunos, que não encontram a condição necessária para estudar, são os alunos que fazem parte de uma sala superlotada, são os alunos que encontram professores desmotivados por não terem um salário digno ou por terem tantas turmas (para tentar conseguir um salario razoável), que não sobra tempo para preparar práticas diferenciadas, são os alunos que todos os anos ficam na angústia se vão ou não ter todos os professores, são os alunos que são obrigados a realizarem provas externas sem levar em conta, se tiveram ou não determinados conteúdos (o que se relaciona diretamente com a argumentação anterior….), enfim… É necessário ver a realidade como ela é, e não como alguns querem que a gente veja. Tá na hora de tirar a culpa de cima do professor e ver quem é o verdadeiro responsável pelo descaso com a educação pública.
PENSO QUE A REALIDADE É UMA SÓ E QUE PARA SABER COMO ELA É, É PRECISO ESTAR DENTRO DELA……
E o que a greve tem a ver com a crônica transcrita? Pelo que se lê nela, uma série de outras questões que fazem parte do cotidiano da rede de ensino pública podem vir à baila. A princípio, a greve é justamente para reverter o quadro da Celeste e de alunos como ela, afinal nenhum bom professor tem coragem de ficar aaaaaaaaaaaanos em sala de aula apenas porque ama a profissão sem receber qualquer tipo de retorno por isso – financeiro inclusive.