O livro didático Por Uma Vida Melhor, distribuído pelo MEC, ganhou as páginas da imprensa por dizer que falas populares como “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” ou “nós pega o peixe” não estão erradas e devem ser vistas como variações da Língua Portuguesa. Para discutir o assunto, o site da Universidade de Brasília publicou artigos de dois professores sobre o tema. Marcos Bagno, do Instituto de Letras, diz que as variações fazem parte do uso prático da língua. Já Enilde Faulstich, também do mesmo instituto, argumenta que livros devem ensinar a norma culta.
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Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa
Marcos Bagno
Para que serve um livro didático de Língua Portuguesa?
Enilde Faulstich
A CARTILHA SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA, COM
SUAS VARIANTES REGIONAIS, FAZ APOLOGIA DE UMA LÍNGUA QUE
VAI EXCLUIR AINDA MAIS OS EXCLUÍDOS DO BRASIL. O MEC
COMEÇOU POR BURLAR O DECRETO NÚMERO 6.583 DE 29 DE
SETEMBRO DE 2008, QUE PROMULGA O ACORDO ORTOGRÁFICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA, QUE ENTROU EM VIGOR NA DATA DE SUA
PUBLICAÇÃO. NÃO SE DISCUTE O ASPECTO LINGUÍSTICO
PERFEITAMENTE PLAUSÍVEL, MAS A APRESENTAÇÃO DE UMA
LÍNGUA QUE JÁ É COBRADA NOS CONCURSOS PÚBLICOS, NAS
EDIÇÕES DOS LIVROS DIDÁTICOS E OUTROS. ORA, OS EXCLUÍDOS
RECEBEM ESSA CARTILHA E ACREDITAM SER A CARTILHA UMA
VERDADE INCONTESTÁVEL, JÁ QUE FOI EDITADA PELO MEC. DESSA
FORMA, A ELITE BRASILEIRA EXCLUI CADA VEZ MAIS OS EXCLUÍDOS.
POIS, ENFRENTARÃO AQUELES MAIS ESCLARECIDOS EM COMPLETA
DESPROPORCIONALIDADE. INCRÍVEL QUE SEJA JUSTAMENTE O MEC
A FAZER TAMANHA EXCLUSÃO. ENFIM, ESSA CARTILHA NÃO DEVIA
SER PUBLICADA E, MUITO MENOS, DISTRIBUÍDA, POIS, AGRIDE
FRONTALMENTE A NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA,
TRANSGRIDE O DECRETO SUPRACITADO E O PIOR, FAZ A EXCLUSÃO
DOS JÁ EXCLUÍDOS SOCIALMENTE NESSE PAÍS. O MINISTRO DA
EDUCAÇÃO DEVE TOMAR UMA ATITUDE FIRME NO SENTIDO DE
RECOLHER ESSE NEFASTO MATERIAL DOS MAIS DE QUATRO MIL
MUNICÍPIOS BRASILEIROS. A SOCIEDADE DEVE TAMBÉM SE
POSICIONAR COBRANDO DO GOVERNO FEDERAL UMA POSTURA DE
LEGALIDADE DESSE MATERIAL ILEGAL. PENSEM NISSO, SENHORES!
É curioso se ter uma “língua” em cada lugar que se vá e em cada papel que se desempenhe.
A valorização na escola da língua “própria do usuário” não deve ser entendida como a eliminação do ensino e do acesso à norma culta. Ou teremos legitimada a exclusão social através da negação do conhecimento.
Alguém pode perguntar: mas o que os meninos aprenderão na escola, então?
Nessa perspectiva, a aposta é que a aula de Português não se resuma a, apenas, ensinar Gramática e a esperança é que os professores sejam mais que transmissores de conteúdos!
Se a escola não cumprir com seu objetivo principal que é mostrar o conteúdo academico correto, tanto em português quanto nas outras disciplinas integradas ou não…Eu pergunto para que ir a ESCOLA,se lá não vai ensinar nada de diferente do dia a dia do aluno? Será que a escola só tem como objetivo oferecer a refeição e tirar as “crianças” da rua? Será que ir a escola não significa mais correr atrás de uma melhor formação e com isso uma melhor qualidade de vida em todos os sentidos?