(fotos da mostra: Universo Produção)
Por Marcus Tavares
“A escola é ineficiente, mas imprescindível”. A frase é do secretário da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (MEC), Binho Marques. Ao participar da mesa O Estado brasileiro, o audiovisual e a educação em tempos de compartilhamento, realizada durante a 8ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, Marques disse que a escola ainda preserva, nos dias de hoje, o mesmo molde da escola do século XIX, na qual se considera como a única detentora e transmissora de conhecimento.
Segundo o secretário, tal postura coloca o país em uma situação delicada, uma vez que o crescimento brasileiro, no contexto internacional, pode ser interrompido pela falta de um sistema de educação consistente. “Nem os programas sociais do Governo têm ou terão sustentabilidade sem investimento na educação”.
Em sua análise, Marques indicou três fatores que reiteram um novo lugar para a escola: a cultura digital que vem criando uma escola sem muros, na qual o estudante é produtor de conhecimento e a linguagem audiovisual assume importância; a existência de outros ambientes educativos fora da escola, que são precisam estar articulados; e a função de mediador do professor do século XXI.
“Isto tudo pode parecer bastante complexo, mas, se formos observar, isso que está sendo dito [e defendido] já está sendo desenvolvido em projetos pilotos no Brasil. A nossa intenção é transformar esses projetos em política pública”.
Marques frisou que o Governo Federal vem investindo recursos na Educação. Investimento que deve, segundo ele, passar pela melhoria salarial dos professores e por uma mudança de cultura na e da escola.