Por Márcio Santa Rosa
A história deste livro que escrevi com Aspásia Camargo e que estamos lançando em dezembro de 2022 se explica por sermos os dois, pessoas que acreditam que mesmo quando alguma etapa – um batalha – no caminho de uma transformação social histórica importante parece comprometer todo o processo – que as vezes demanda anos, décadas para se cumprir -, não se perde a guerra. Não se desiste de sonhos, como o Clube da Esquina decanta. Vem sendo assim com a nossa crença na despoluição da Baía de Guanabara. Começamos a realizar ações com esse objetivo ainda no final da década de 1990, quando criamos o Centro Internacional de Desenvolvimento Sustentável (CIDS) na FGV. Valeu sempre a crença no movimento de dois passos para frente e um para trás.
E assim, nestas duas últimas décadas avançamos, recuamos, alternamos estratégias contando com os inconstantes recursos que obtínhamos para os nossos projetos, até que com a aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento de 2020 e a realização do leilão dos serviços de saneamento do Estado do Rio de 2021, percebemos que havia uma perspectiva nova de mudança de conjuntura que merecia um registro oportuno de como estes ciclos se alternam positivamente na espiral do tempo.
Assim nasceu o livro “A Epopeia do Saneamento: da Revolução Sanitária às Tecnologias do Futuro”. Uma espécie de saneapedia livremente elaborada em 5 partes e 20 capítulos, reunindo registros históricos e pesquisa documental que percorre os acontecimentos mais marcantes ligados às políticas, aos atores, e aos planos e projetos do setor, desde a antiguidade até a atualidade.
O livro começa fazendo uma homenagem simbólica retratando 120 personalidades ligadas ao setor. Segue abordando os estudos da ONU com destaque para o ODS 6 da água, mostramos com a infraestrutura de tratamento de esgotos funciona, as contribuições da imprensa para a ampliação da consciência ambiental. Dedicamos atenção especial aos projetos tentativos de recuperação ambiental das bacias hidrográficas da Baía de Guanabara do rio Guandu e às soluções não convencionais e inovações tecnológicas incorporadas pela revolução digital aplicadas ao segmento, e por fim, ressaltamos a prioridade da universalização do saneamento nas favelas no contexto do urbanismo ecológico.
Um trabalho de 2 anos que só foi possível realizar por podermos contar com o suporte institucional e financeiro da Águas do Rio/Aegea Saneamento, da Cedae, de Glória Mariani, do Instituto Trata Brasil, e do comprometimento com ações futuras ligadas a Agenda Rio2030 coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEAS/RJ.