Série teen da Cultura mira escola pública

Na direção, Cao Hamburger. Escola Estadual Alberto Torres, em São Paulo, serviu de locações para série que estreia em novembro.

Por Alberto Pereira Jr.
Folha de S. Paulo

A Escola Estadual Alberto Torres, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, se transformou em cenário para a nova produção da TV Cultura. Foi lá que o diretor Cao Hamburger ambientou a série “Pedro & Bianca”, que estreia em 11 de novembro em capítulos semanais.

Diferentemente de “Castelo Rá-Tim-Bum” (1994-97), programa infantil que o diretor levou ao ar na TV Cultura, “Pedro & Bianca” mira em outro público: o adolescente. “Falamos da vida desses jovens e temos a escola como um ponto de encontro. Essa é uma fase conturbada e eu mesmo não tenho certeza de qual é a relação desse público com a televisão”, afirma Hamburger.

A história gira em torno dos irmãos Pedro (Giovanni Gallo) e Bianca (Heslaine Vieira), que frequentam a primeira série do ensino médio, em uma escola pública. Uma curiosidade: eles são gêmeos bivitelinos: ele, branco; ela, negra. “Vi um caso desses num jornal. É raro, mas existe. Achei interessante”, diz Cao Hamburger.

O casal é filho de Edison (Thogun Teixeira) e Zuzu (Gorete Milagres) -apesar de separados, eles continuam morando juntos, o que causa diversas confusões.

INSTITUCIONAL

Encomendado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, “Pedro & Bianca” vai ocupar a faixa da atração “Escola 2.0”. O projeto está orçado em R$ 7 milhões. “Não é um programa chapa-branca. Mostramos a escola pública real. Não é um universo cor-de-rosa, mas também não é um bicho-papão como se prega por aí”, afirma Fernando José de Almeida, diretor da área de educação da TV Cultura.

A série vai abordar temas como sexo na adolescência, drogas, entrada no mercado de trabalho e preconceito. Além dos capítulos, que deverão durar um ano no ar, cinco programas de auditório vão discutir os assuntos levantados na ficção.

TIME

No elenco, a maior parte dos jovens é estreante na TV. Heslaine, que vive a protagonista Bianca, é exceção -já havia feito uma participação em “Filhos do Carnaval”, da HBO, também dirigida por Hamburger. Entre os amigos, há um cadeirante, uma imigrante boliviana, uma jovem periguete, um aluno mais malandro e outra indecisa sobre sua orientação sexual. “São Paulo é uma salada de pessoas de diferentes culturas e histórias”, frisa o diretor.

Ao todo a produção movimentou 150 atores e 2.000 figurantes. O programa não irá ao ar apenas na TV Cultura. A ideia é exibi-lo no Brasil todo, em parceria com Sesc TV e TVs educativas, entre outras. O público também poderá ver vídeos nos tablets e em redes sociais.

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