Um mercado de trabalho cada vez mais baseado em meios digitais de comunicação, uma cidade famosa por sua produção audiovisual, jovens ávidos por ensino profissionalizante e a celebração de uma fértil parceria entre as iniciativas pública e privada são os ingredientes que possibilitaram a criação do Nave – Núcleo Avançado em Educação, complexo que reúne uma escola – o Colégio Estadual José Leite Lopes; um centro de pesquisas e inovações metodológicas para o ensino – a Fábrica de Cultura Digital; e um espaço para exposições e seminários – a Usina de Expressão.
O projeto – desenvolvido pela unidade de responsabilidade social da empresa OI – o Oi Futuro, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, segue o modelo de ensino médio integrado e foi inaugurado em maio deste ano e deverá formar profissionais roteiristas, programadores, designers e gestores para atuar em TV digital, internet, celular e jogos eletrônicos. Instalada na antiga central telefônica da Tijuca, a unidade tem capacidade para atender até 600 alunos, mas para 2008, estão sendo admitidos 176 alunos.
O Nave desenvolverá metodologias de aprendizagem baseadas nas tecnologias de informação e comunicação, de forma a contribuir para a inserção dos jovens no cenário atual de evolução tecnológica. Além da formação no ensino médio, os alunos terão acesso às disciplinas necessárias para a introdução da cultura digital como, por exemplo, programação de jogos, criação e manipulação de som e imagem, entre outras.
Presente à inauguração, a secretária de Educação do Rio, Tereza Porto, reafirmou a importância da parceria com a iniciativa privada: “A Secretaria de Educação tem muito interesse em investir em projetos pedagógicos que levem tecnologia para a educação. A parceria com o Oi Futuro será fundamental nesse processo”.
Também estiveram presentes à cerimônia de inauguração do Nave, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; o vice-governador, Luiz Fernando Pezão; o presidente do Proderj, Paulo Coelho; o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco; e o presidente do Oi Futuro, José Augusto da Gama Figueira.
Além da secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, o Nave tem como parceiros, no centro de pesquisa e inovação, o VisionLab, da Puc-RJ; o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), a Unesco, o Proderj, a RioSoft, a Secretaria de Estado de Cultura e o planetapontocom.
Ensino avançado
O desempenho do projeto será avaliado pela Unesco. A Secretaria de Educação será responsável pela estrutura de gestão do colégio, que contará com um corpo docente qualificado para esse modelo de ensino. A proposta pedagógica é baseada na educação interdimensional, que desenvolve não apenas o raciocínio e a inteligência, mas também a parte afetiva do aluno. A prática acadêmica da nova escola integrará os conteúdos do ensino médio ao centro de pesquisas e inovação.
Na Fábrica de Cultura Digital o aluno desfruta de ambientes especiais para a criação de soluções digitais, como laboratórios para programação de jogos eletrônicos, conteúdos para TV digital, ambientes de testes, estúdios para webrádio e TV e ilhas de edição. O espaço também conta com o Laboratório de Projetos Interativos Digitais (LID), em parceria com o Proderj e a RioSoft, para integração entre empresa e escola.
Na Usina de Expressão, serão difundidas as novas soluções para a educação presencial e à distância, desenvolvidas no centro de pesquisa e aplicadas na escola. Nela serão promovidos seminários e exposições sobre tecnologia e educação. Professores de outras escolas também serão convidados a participar de “residências pedagógicas”.
Expo-Games
A Usina de Expressão do Nave foi inaugurada com a exposição de games que reuniu nove obras interativas. A proposta é oferecer aos visitantes a oportunidade de pesquisar e experimentar consoles originais de videogames, além de novas tendências da arte interativa.
Uma das obras é o fliperama do designer Leonardo Eyer, inspirado na obra do sambista Nelson Sargento. O jogo Agoniza mas não morre permite que o participante seja Nelson Sargento por alguns instantes e fuja de personagens como Osama Bin Ladem e Bush entre outros.
Entre as principais obras estão: o Super Pong, game desenvolvido pela SuperUrber, um tipo de totó em videogame, com uma mesa interativa digital, que pode ser acionada com as mãos; o Olho da Palavra, instalação com 50 TVs de LCD aplicadas em telas de acrílico, que mostram olhos em diferentes tamanhos e formatos: de gente, de animais, de personagens em quadrinhos, de filmes, pinturas etc; o Kbção, uma caixa suspensa, na qual o público entra e joga um jogo de playstation 3, enquanto sua reação é mostrada em uma tela de LCD, graças a uma micro-câmera; o Wii – Experimente, console da nova geração Wii, da Nintendo, no qual até quatro pessoas podem jogar ao mesmo tempo; Sofá Game, um sofá desenhado nos moldes de um joystick de playstation, com uma tela acoplada. No futuro, os alunos da Nave participarão dessas exposições com o desenvolvimento de conteúdos.
“Mais que uma escola, mais do que um centro de pesquisas, mais do que um centro de tecnologia, o Nave é um centro do pensamento da educação contemporânea. Para que os jovens possam atender às demandas do século XXI é preciso que o espaço de formação dialogue com as linguagens e formas de seu tempo”, define a diretora de Educação do Oi Futuro, Samara Werner.
Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi.
José Augusto Sana, presidente do Oi Futuro.
Tereza Porto, secretária do Estado de Educação.
Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro.
Luiz Fernando Pezão, vice-governador do Estado do Rio de Janeiro.
Alunos na sala de aula da Fábrica de Cultura Digital.
Silvana Gontijo: o quadro interativo será usado nas salas de aula.
Sérgio Cabral: experiência com o quadro interativo.
Bom mesmo, seria pagar um salário decente ao professor para que ele pudesse também se especializar e assim melhorar o nível de suas aulas.
É uma iniciativa muito interessante e necessária, mas precisa de uma boa infraestrutura e de profissionais devidamente qualificados para desenvolverem com sucesso os objetivos propostos.
Espero que esta experiência seja bem sucedida e estendida às outras escolas das redes estadual e municipal.
E pensar que toda essa maravilha está na rede estadual de ensino! Conheço muito bem as condições em que meus colegas professores do estado trabalham e sobrevivem com o salário que não vê reajuste decente há tempos. Seria perfeito que esse tipo de investimento fosse feito na rede inteira. Nossa sociedade merece!
A idéia é excelente, quero ver a escola ter suporte tecnico, os professores capacitados, tenho certeza que as aulas serão mais interessantes, mas nada irá substituir o talento do professor com suas principais ferramentas: giz e quadro.
Muito bom, muito bonito, muito louvável… mas enquanto isso, no restante da rede estadual temos dois equipamentos básicos. Um giz e um quadro!