No ano em que comemora seus dez anos, o Museu Afro Brasil, localizado em São Paulo, apresenta a exposição “O negro no futebol brasileiro – a arte e os artistas”. A mostra – em cartaz até o dia 10 de agosto – destaca a presença de jogadores negros na história do futebol no Brasil, país-sede da Copa, e sua importância na construção da identidade nacional.“Trazido ao país pela elite social e de origem europeia, o futebol se tornou cada vez mais brasileiro, incorporando nos seus quadros atletas negros. Contar esta história tão rica, emocionante, feita de grandes momentos, de grandes nomes, de grandes emoções, é contar a história do Brasil e de suas contradições. O fato é que o futebol virou uma paixão nacional e representará sempre uma possibilidade de superação para aqueles que, na prática esportiva, ascendem e transcendem graças ao talento e às qualidades ímpares de um grande atleta”, explica Emanoel Araujo, diretor-curador do Museu Afro Brasil.

Durante a realização da Copa no Brasil, o Museu Afro Brasil homenageará marcantes jogadores do passado, cujas biografias dialogam com diversas linguagens artísticas, como a música, o cinema e as artes visuais. Entre os homenageados, o célebre Arthur Friedenreich, autor do gol do primeiro título do nosso escrete, no Sul-Americano de 1919, e Pelé, o Rei do Futebol.

A exposição homenageará ainda o jornalista e escritor Mário Filho (1908-1966), autor do clássico “O negro no futebol brasileiro” e grande impulsionador da imprensa esportiva do Rio de Janeiro. Incorporam-se à cenografia as fotos e caricaturas de jogadores e instalações temáticas como a “Stadium”, de autoria do artista plástico Aston, nascido no Benin (esta obra integrará o acervo permanente do museu). Outro destaque da mostra fica por conta das máscaras votivas, de temáticas futebolísticas, baseadas nos rituais geledés, realizadas pelo também artista beninense Kifouli.