Se Jesus vivesse no século XXI, sua missão talvez fosse muito mais fácil. Pelo menos, é o que garantem os especialistas em comunicação. No mundo virtual deste novo século, a prática religiosa on-line está cada vez mais presente. Na internet, os fiéis estão a um clique da fé e da confissão. A Igreja Católica nos Estados Unidos aprovou um aplicativo para iPhone. O programa – chamado de Confession – foi colocado à venda semana passada pela loja virtual da Apple, iTunes, por US$ 1,99 (R$ 3,32).
O aplicativo guia os usuários através do sacramento da confissão – em que católicos admitem seus pecados – e permite que o fiel mantenha um registro de seus pecados. O aplicativo também permite que os usuários façam um exame de consciência com base em fatores como idade, sexo e estado civil – mas afirma que não tem como objetivo substituir a confissão inteiramente.
O assessor eclesiástico das mídias sociais, da arquidiocese do Rio de Janeiro, Padre Jefferson Gonçalves, destacou a importância do sacramento da confissão e falou que o aplicativo pode ser uma forma de melhor preparar o fiel, através do exame de consciência.
“Fico feliz de ver, cada vez mais, de forma acessível, nas mídias digitais e também em ferramentas diversas, conteúdos que formem o fiel para este momento de reconciliação. O registro em aplicativos também permite que o cristão fique atento à conversão de seus costumes, fazendo com que, após a confissão, este momento de comunhão com a graça de Deus seja estendido”, explicou o sacerdote.
Ele acredita que, de maneira pedagógica, além das orações e vigilância, o fiel pode caminhar para vencer os pecados, com o auxílio de suas anotações pessoais, para se ter em vista o que deve melhorar. Em sua opinião, esses registros podem ser guardados de maneira digital, como diversas outras anotações.
Essa é a primeira vez que a Igreja aprova um aplicativo para celular, embora a instituição não seja totalmente alheia ao mundo digital. Em 2007, o Vaticano lançou seu próprio canal no YouTube. Dois anos depois, um aplicativo para o Facebook foi criado, para que usuários pudessem enviar cartões postais digitais ao pontífice.