Os EUA acabam de estabelecer um novo direito inalienável para a liberdade individual: o acesso à internet. Pelo menos, foi o que disse e defende a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Em discurso, na semana passada, em Washington, Hillary usou os exemplos recentes das revoltas populares na Tunísia e no Egito para alertar os ditadores para os “riscos” que correm ao impedir o acesso das suas populações à Internet. “A História provou que esse tipo de repressão planta as sementes para a revolução”, observou.
“Os líderes em todo o mundo têm uma escolha a fazer”, considerou Hillary, sem se referir a nenhum em particular. “Eles podem permitir o acesso à internet nos seus países e assumir os riscos que essa liberdade acarreta em termos de direitos políticos. Ou podem restringir a internet, perdendo assim todos os benefícios econômico e sociais que advêm de uma sociedade em rede”, disse.
A convicção da secretária é que os esforços dos “governos que ergueram barreiras à liberdade da Internet, através de filtros técnicos, ou regimes de censura, ou ataques às pessoas que exercem on-line o seu direito à liberdade de expressão ou associação”, acabarão por revelar-se contraproducentes.
Hillary Clinton lamentou que ainda não exista uma aplicação que permita combater a repressão na internet, mas informou que o Departamento de Estado planeia investir 25 milhões de dólares em programas para que bloggers e outros ciberactivistas consigam tornear as proibições em lugares como a China, o Irão, Cuba, Síria, Vietname ou Birmânia.
A diplomacia americana também acaba de criar canais no Twitter para emitir mensagens para os países árabes e o Irã – iniciativa que também atingirá China, Rússia e Índia.