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O ensino de História no século XXI

revistapontocom – O que hoje não se pode deixar de ensinar, na área de História do Brasil, na Educação Básica?
Keila Gringber – O ensino de História melhorou nos últimos tempos, e muito. Temos à disposição mais e melhores livros didáticos, bem como uma infinidade de recursos para usar em nossas aulas. Incorporamos novos temas, e nos aproximamos mais da realidade dos nossos estudantes. No geral, não precisamos mais seguir um currículo pré-determinado, podendo adaptar os conteúdos às especificidades das escolas e dos alunos. Mas ensinar História continua sendo um grande desafio. Ainda damos aula como se dava há cem anos atrás, à base da voz, do giz ou do pilot, e geralmente usamos a tecnolog ia como uma bengala para ilustrar nossas aulas, não como uma forma de introduzir uma nova relação com o conhecimento.

revistapontocom – O que é preciso ser aprendido, na área de História do Brasil, pelos alunos na Educação Básica?
Keila Gringber – Ao contrário de disciplinas como Português ou Matemática, ainda seguimos tendo que explicar por que História é importante. Estudar História é tão importante quanto qualquer outra ciência: o mais importante não é o conteúdo em si, mas compreender como tal conhecimento foi sendo construído por gerações e gerações de seres humanos; e que, como toda criação humana, ele é sempre datado e imperfeito. 

revistapontocom – Qual é o principal desafio de se ensinar História do Brasil, nos dias de hoje, para os alunos na Educação Básica?
Keila Gringber – Mais que tudo, ainda não sabemos bem como despertar no aluno o interesse pela história. Talvez contando algumas, sentando na cadeira de balanço como faziam nossos avós, seja uma boa ideia.

revistapontocom – Se ensina História do Brasil, nos dias de hoje, da mesma forma que se ensinava no final do século XX? Se algo mudou, o que mudou e por quê?
Keila Gringber – Embora tenhamos substituído o ensino conteudista por aulas mais problematizantes, ainda nos vemos às voltas de como fazer com que nossos alunos vivenciem o conceito de tempo, central para a nossa disciplina e tão abstrato para jovens e crianças. Queremos que eles sejam capazes de formular questões sobre o passado, mas em geral negligenciamos o interesse das crianças por batalhas, roupas e outros detalhes que nós, professores, consideramos pouco importantes. Se conseguirmos que eles compreendam que não há mal que nunca perdure nem bem que nunca se acabe, teremos avançado um bocado. Não acho que isto seja pouca coisa. Com certeza os alunos têm muito o que aprender. Nós, os professores, mais ainda.

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eduardo goldenstein
eduardo goldenstein
12 anos atrás

Sempre fui um amante da disciplina, desde os tempos da escola. A entrevista está muito boa, é preciso pensar sempre em novas maneiras de fazerem os alunos se apaixonarem pela História. Fazê-los compreender o conceito do tempo e de seu incessante fluir…o ensino de História sempre pode ser poético!

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