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A Educação a Distância levada a sério

Diretor da Fundação Bradesco conta a experiência da Escola Virtual

niv112008

Por Marcus Tavares

Nivaldo Tadeu Marcusso é diretor de tecnologia da Fundação Bradesco e um dos responsáveis pela implantação da Escola Virtual da instituição. Criada em 2000, a escola oferece cursos a distância para seus alunos e professores, bem como para qualquer cidadão brasileiro interessado em se capacitar. Pelas contas do diretor, mais de 900 mil pessoas já foram certificadas.

O catálogo – com 180 cursos – deverá, até o final de 2010, ganhar mais 70 novas áreas. E não é só isso: a ideia é atender, já em 2009, outros 530 mil indivíduos. Segundo Nivaldo, a bem-sucedida experiência deveria ser adotada por outras instituições e espaços, como as lan houses que se espalharam pelo Brasil.

Acompanhe a entrevista:

revistapontocom – Qual é o conceito e o objetivo da Escola Virtual da Fundação Bradesco?
Nivaldo Tadeu Marcusso
– A Escola Virtual foi criada para levar educação para todos os cantos do país, proporcionando a inclusão digital e a melhoria da empregabilidade, através de cursos que complementam os conhecimentos adquiridos no Ensino Médio e a especialização em informática. A escola tem, portanto, o objetivo de oferecer educação a distancia (EAD), através de uma arquitetura de e-learning. O acesso à internet é oferecido por uma rede de Centros de Inclusão Digital (CIDs), implantada pela Fundação em parceria com ONGs, centros comunitários, espaços públicos e institutos. Atualmente, são 107 CIDs, com previsão de implantação de outros 150 neste ano.

revistapontocom – O trabalho da Escola Virtual se baseia no conceito de mediação pedagógica. O que é mediação pedagógica?
Nivaldo Marcusso
– A mediação pedagógica é o processo de adequação dos conteúdos presenciais para os ambientes virtuais, considerando o público-alvo, o conteúdo (informativo ou formativo) e o nível de colaboração/interação no ambiente virtual. Consideramos quatro níveis: informativo (nível 1), interativo (nível 2), colaborativo (nível 3) e o de imersão (nível 4). Os cursos para educadores enquadram-se nos níveis 3 e 4.

revistapontocom – Qual é o perfil dos usuários? Quais são os cursos mais procurados?
Nivaldo Marcusso
– A escola virtual já proporcionou, desde 2000, mais de 900 mil atendimentos, sendo que a previsão, somente para este ano, é de 530 mil. Os cursos oferecidos pela Escola Virtual atendem o público interno da Fundação (alunos e professores) e externo, principalmente alunos das comunidades carentes. Os usuários são adolescentes, jovens e adultos em busca de uma especialização em informática e em conteúdos que contribuam na melhoria da empregabilidade. Há também, entre os nossos alunos, professores, coordenadores pedagógicos e diretores de escolas. Os cursos mais procurados são o de informática e redes de computadores (parceria com a Cisco) e de formação pessoal, como técnicas de entrevista, elaboração de currículo e postura e imagem profissional. Nosso catálogo possui mais de 180 cursos. Os que são voltados para os educadores possuem tutoria (acompanhamento de especialistas), com uma frequência média de 95%. Os que são oferecidos para o público externo apresentam uma frequência de 85%.  

revistapontocom – Qual é o aprendizado desta experiência?
Nivaldo Marcusso
– O conceito da Escola Virtual foi desenvolvido desde 1996. Entre 1997 e 1999, implantamos e desenvolvemos um piloto do projeto. O programa entrou em operação no ano 2000, com o objetivo de levar educação onde as escolas da Fundação não estavam presentes. O resultado do projeto permitiu confirmar que educação com qualidade pode ser entregue em qualquer tempo e lugar através das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), desde que os conteúdos e o ambiente virtual estejam alinhados com as necessidades de aprendizagem e empregabilidade dos alunos.

revistapontocom – O senhor acredita que a experiência da Fundação Bradesco pode ser replicada em outras instituições?
Nivaldo Marcusso
– Sim. A experiência poderia fazer parte do dia-a-dia das redes de telecentros e de lan houses que oferecem cursos profissionalizantes para as comunidades carentes.

revistapontocom – Quais são os desafios da Escola Virtual?
Nivaldo Marcusso
– Expandir o catálogo em 250 cursos até o final de 2010. Integrar a Escola Virtual com as redes colaborativas e de relacionamento profissional e, ainda, criar ambientes de aprendizagem com imersão até 2011.

Saiba mais
http://www.escolavirtual.org.br/

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