Por André Luiz Correia Lourenço
Doutor em Antropologia Social. Bacharel e licenciado em História. Professor do CEFET-RJ
“Espaço, a fronteira final…” com essas palavras começavam as aventuras da nave estelar Enterprise, do seriado Star Trek, exibido no final dos anos 70 e que foi recentemente (re)adaptado para o cinema. Os diferentes planetas visitados, com as mais variadas civilizações, forneciam elementos para se discutir, na ficção, as atitudes e comportamentos existentes no mundo real.
Os autores de ficção científica, ao construírem realidades alternativas (possíveis apenas na imaginação de seus criadores), utilizam a literatura como forma de jogar com diferentes possibilidades de ser e de viver. Esse tipo de perspectiva é exemplificado pelo raciocínio do antropólogo Edmund Leach ao dizer que “a ficção científica tomou da mitologia tradicional o papel de formadora de fantasias”. Esse tipo de literatura, e de seu equivalente cinematográfico, o cinema de ficção científica, abre possibilidades hipotéticas capazes de colocar questões e de suscitar debates que podem ser úteis para se (re)pensar a realidade em que vivemos.