Um Computador por Aluno (UCA) é o nome do projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) desde 2007. O objetivo é incorporar laptops educacionais nas escolas, podendo ser levados para casa para uso dos estudantes e suas famílias. A fim de analisar os processos desencadeados na fase piloto do Projeto UCA, em 2010, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou edital nacional e aprovou o financiamento de 27 projetos de pesquisa para avaliá-lo. Dentre esses projetos, está a pesquisa interinstitucional “Gestão e práticas pedagógicas no âmbito do Programa UCA: desafios e estratégias à consolidação de uma política pública para a educação básica”, desenvolvida entre UDESC, UFBA e UFSC. As reflexões e os resultados obtidos foram publicados no livro Projeto UCA – entusiasmos e desencantos de uma política pública, organizado pelas professoras Elisa Maria Quartiero, Maria Helena Bonilla e Monica Fantini.
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O livro está organizado em seis capítulos. No capítulo I – O Projeto UCA na Bahia e em Santa Catarina –, Elisa Maria Quartiero e Joseilda Sampaio de Souza apresentam o Projeto Um Computador por Aluno e as especificidades dos diferentes contextos em que o mesmo foi implementado, na Bahia e em Santa Catarina.
Os dois capítulos seguintes discutem as dinâmicas em torno da gestão do Projeto, tanto em nível macro, da política federal, quanto em nível micro, das relações vivenciadas nas 21 escolas participantes da pesquisa nos dois estados brasileiros. Em nível macro, no capítulo II, Nelson De Luca Pretto e Lívia Andrade Coelho, com o texto As interfaces da implementação do Projeto UCA na Bahia e em Santa Catarina, analisam as interações e colaborações efetivadas entre as instituições participantes desta fase do Projeto UCA na Bahia e em Santa Catarina, no que tange à efetividade das relações institucionais estabelecidas, com o objetivo de fortalecer a implementação e gestão do Projeto. Em nível micro, Elisa Maria Quartiero, no capítulo III, com o texto A gestão das tecnologias móveis: processos desencadeados nas escolas do Projeto UCA, analisa os processos desencadeados por professores e gestores para a organização e desenvolvimento do Projeto UCA em suas respectivas escolas, na Bahia e em Santa Catarina.
As práticas desenvolvidas com os laptops do Projeto UCA nas quatro escolas participantes do estudo de caso, e em suas comunidades, foram analisadas nos três capítulos seguintes do livro. Maria Helena Silveira Bonilla e Monica Fantin, no capítulo IV, com o texto Olhares sobre a prática pedagógica com o Projeto UCA, discutem as práticas pedagógicas desenvolvidas com os laptops nas escolas, evidenciando a tensão expressa entre as práticas existentes e a emergência de práticas inovadoras, transversalizadas pelas percepções e representações que os professores têm do Projeto e dos laptops. Maria Helena Silveira Bonilla e Joseilda Sampaio de Souza, no capítulo V, com o texto Projeto UCA: dimensão social das práticas, analisam as dinâmicas vividas por alunos, pais e professores com os laptops no âmbito social, buscando compreender como diferentes usos sociais se articulam e potencializam as práticas pedagógicas nas escolas.
E, no capítulo VI, Monica Fantin, com o texto Estudantes e laptop na escola:práticas e diálogos possíveis, discute as relações de crianças e jovens com o artefato na escola, suas percepções e práticas desenvolvidas e as possíveis atividades de aprendizagem nos diferentes cenários investigados.