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Metodologia Diário de Ideias: criatividade na aprendizagem da leitura e da escrita

Conheça a proposta da professora Luciana Soares Muniz.

Por Luciana Soares Muniz
Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU)

Como estabelecer, promover e garantir a necessidade de expressão dos estudantes no contexto escolar, tendo em vista as marcas deixadas nas carteiras, portas, paredes, bem como nas sobras de pedacinhos de papeis? Foi a partir deste questionamento, que surgiu a ideia de desenvolver uma metodologia que investisse na expressão da criatividade das crianças na própria aprendizagem e desenvolvimento de suas subjetividades. Foi assim que criei, a metodologia Diário de Ideias, tema, inclusive, de minha tese de doutorado.

O Diário de Ideais consiste nas múltiplas possibilidades de registros das experiências vividas pelas crianças e o seu compartilhar. Disruptiva em si, a proposta avança na educação ao trazer essa expressões e experiências vividas em diferentes contextos sociais, valorizando assim as potencialidades dos estudantes, professores e familiares, para o contexto da escola. Assim como, a metodologia cria um espaço-tempo de planejamento colaborativo e promove o engajamento dos estudantes em um processo que envolve criatividade, autoria e protagonismo para aprender.

Dentre os objetivos do trabalho com o Diário de Ideias destacamos: a) Criar espaço de registro e investigação da escrita e da leitura de mundo pela criança; b) Entrelaçar as propostas do trabalho pedagógico com as experiências da vida dos aprendizes; c) Oportunizar às crianças a compreensão da leitura e da escrita como processos de comunicação, produção e expressão; d) Contribuir para a expressão da criatividade e o desenvolvimento da subjetividade.

O Diário de Ideias tem como pilares três ações fundamentais – experienciar, registrar e compartilhar – as quais envolvem o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita com ênfase no caráter criativo, autoral e criativo dos estudantes. Três ações que se inter-relacionam e trazem a relevância de contarmos com elementos do experienciar em todo o processo, pois as crianças aprendem experienciando no tocar, no sentir, no viver a ação, sendo o próprio ato de registrar uma experiência, de buscar diferentes linguagens para marcar, guardar de alguma forma o que seja essencial e/ou necessário, bem como o compartilhar traz as possibilidades humanas das diferentes formas de expressão, seja pelas narrativas, pelos gestos, cheiros, sabores, objetos e outras que possam compor a ação de partilhar.

Para isso, são utilizados alguns recursos como caderno diário e/ou sacolinhas e/ou mesmo caixinhas. A partir dos registros realizados pelas crianças, em suas múltiplas formas de expressão, organizam-se momentos de rodas dialógicas no cotidiano da escola, as quais ocorrem sobre uma colcha de retalhos, em que cada participante da roda narra o que foi registrado, trazendo a riqueza de detalhes do que foi vivido. Em um processo que envolve a escuta sensível, atenta e interessada para as expressões dos estudantes.

Na roda dialógica são realizados planejamentos colaborativos das aulas, em que as ideias narradas, a partir do compartilhar, passam a compor o repertório de trabalho cotidiano da turma, com temas a serem pesquisados e experiências a serem vivenciadas pelo grupo. Os participantes da roda dialogam sobre o que, quando, e como realizar as ações e organiza-se um cronograma a partir do painel exposto na sala de aula denominado Ideias em Ação.

Cada roda favorece a geração das linhas de experiências, com a simbologia da colcha de retalhos, que remete à diversidade e ao alinhavo das trocas, nas quais os estudantes registram, em um pedacinho de papel sulfite, o que a vivência na roda dialógica promoveu de outras ideias, novas experiências e outras possibilidades, colocadas no Painel Linhas de Experiências, para contribuir com alinhavos no trabalho entre professores da turma.

Como exemplo das ideias em ação, podemos ilustrar a forma como o compartilhar de uma estudante de 3º ano do Ensino Fundamental, que ao estudar sobre selos postais, registrou em seu diário de ideias e compartilhou com a turma a ideia de encaminharem cartas para pacientes que estivessem internados em hospitais. A ideia se transformou em uma ação de parceria entre o Serviço de Humanização do Hospital de Clínicas de Uberlândia e Diário de Ideias, enquanto ação extensionista. Os estudantes escreveram cartas, criaram selos postais e receberam retorno dos pacientes por meio de cartas.

Frente ao exposto, podemos enfatizar a riqueza da metodologia Diário de Ideias para proporcionar a aprendizagem da leitura e da escrita como uma experiência subjetiva, com a parceria da família no processo de ensino e aprendizagem das crianças, assim como a sua potência em contribuir com a expressão da criatividade, autoria e protagonismo de estudantes e professores no percurso de aprender e ensinar. Desta forma, a leitura e a escrita passam a fazer parte das necessidades dos estudantes como processo de criação, expressão e comunicação.

Quer saber mais?

Links:

www.lucianamuniz.com.br

@diariodeideiasoficial

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