Esse Rio é Meu: GEO Nicarágua, localizado em Realengo, abraça programa há dois anos, traçando estratégias para o Rio Catarino

Professores Lilia Maia e Fábio Rangel explicam a proposta.

Por Marcus Tavares

Há dois anos, os estudantes do Ginásio Educacional Olímpico Nicarágua (GEO), localizado em Realengo, Zona Oeste do Rio, vem participando do Programa Esse Rio é Meu e aprendendo a importância de repensar a relação do ser humano com o meio ambiente. Na prática, a unidade escolar já vem trabalhando com a temática há algum tempo, desenvolvendo outros projetos exitosos, como o Shell NXplores.

“Por conta desta iniciativa, nossa escola já promoveu campanhas contra o desperdício de alimentos e a favor da alimentação saudável. Criamos um pomar com frutíferas. Além disso, construímos um ecoponto, instigando a coleta seletiva entre toda a comunidade. Desde então conscientizamos todos sobre a importância dos cinco Rs: Recusar, Repensar, Reutilizar, Reciclar e Reduzir. O programa Esse Rio é Meu portanto se somou a todas as iniciativas anteriores”, explica Lilia Maia, professora polivante, quem ficou responsável, no ano passado, pelo Esse Rio é Meu.


O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. O Ginásio Educacional Olímpico Nicarágua (GEO) vem trabalhando com o Rio Catarino.

“Em 2023, os estudantes estiveram em contato com o projeto, debatendo questões que envolvem os rios existentes nos lugares onde os alunos moram ou frequentam, especialmente, o Rio Catarino, que fica próximo à nossa escola. Uma questão recorrente era o lixo existente no rio ou próximo a ele, esse lixo sempre estragava a paisagem e poluía a água. Os estudantes observaram que não havia peixes ou outros animais na água suja do valão. Por essa razão, resolvemos retratar isso com maquetes para que as pessoas pudessem perceber a diferença”, conta a professora.

No entanto, as maquetes deveriam ser todas sustentáveis, ou seja, os estudantes deveriam utilizar materiais que iriam para o lixo, tudo reciclado. Eles toparam o desafio. Assim, foram produzidas maquetes de rios limpos e sujos feitas com tampinhas de garrafa, plásticos, papelões etc. Para isso, cada aluno empregou sua criatividade. “Foi muito trabalhoso, mas valeu a pena, porque eles se divertiram e, ao mesmo tempo, entenderam que é dever de todos cuidar do meio ambiente”, disse Lilia à Revista Nicarágua em Ação, produzida pelos próprios estudantes com o apoio da professora de português, Talita Goulart.

Na visita que realizaram no trecho do Rio que fica próximo à escola, ainda em 2023, os jovens tiveram a oportunidade de entrevistar o operador de escavadeira que estava trabalhando no desassoreamento do rio. Na época, o trabalhador disse que havia tirado 120 caminhões de lixo do Rio e que o certo seria a limpeza acontecer de seis em seis meses. O Rio Catarino tem 4,3km de extensão, inicia na Serra do Barata e termina no Rio Marinho, na Avenida Brasil. “Daí a importância da conscientização”, destaca Lilia.

Neste ano letivo, quem está à frente da continuidade do programa na escola é o professor Fábio Esteves Rangel, de Geografia. Junto com os estudantes, o professor vem enumerando e apontando questões importantes sobre o Rio Catarino.

Segundo o professor, o Rio Catarino continua a ser o grande vilão no bairro de Realengo, que fez 210 anos de existência, mas continua com os mesmos problemas seculares. Ele informa que, entre outros pontos, na esquina das ruas Bernardo de Vasconcelos com Vieira do Nascimento, existe uma abertura com uns seis metros e a cada chuva, com as enchentes, qualquer pessoa, adulto ou criança, alunos de um colégio próximo, pode cair.

De acordo com o levantamento, há pelo menos vinte e cinco anos, período em que houve um aumento considerável da população em seu entorno, o rio vem sendo utilizado pelos próprios moradores como vazadouro de lixo, o que fornece à região um aspecto de total degradação ao meio ambiente urbano e social. Na avaliação do docente, algumas correções são necessárias para a recuperação do Rio Catarino. Por exemplo: implementação de águas pluviais para toda a vizinhança do entorno da Favela do Vintém, que sofre com os alagamentos; e o desvio de uma parte do Rio Catarino para o Rio Piraquara, em linha reta, pela Rua Oliveira Braga, o que acabaria com as constantes inundações que afligem toda uma imensa população que sofre com os alagamentos.

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