Por Rodrigo Nóbrega Martins
Professor de Língua Portuguesa
Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Estado da Bahia
Crato – Ceará.
O processo escolar sempre foi usado como elemento de dominação das classes ditas privilegiadas sobre as demais, chamadas subalternas. E talvez não haja uma só civilização que desdiga a presente assertiva. E se toda a história não testemunha este processo, é porque faltam-lhe registros formais bastantes para tal.
Ao longo da história moderna cujas bases formaram a atual civilização, no mor das vezes, as classes dominantes e os governos de povos e nações procedem numa escolarização precária e deficiente porque isto se coaduna plenamente com seus interesses de perpetuar uma dominação maléfica, cruel, criminosa, de modo a manter a ordem social de tal maneira que lhes seja plenamente favorável.
Não é discutível que os interesses das forças dominantes, capitalistas ou não, governamentais ou não, têm determinado o processo de escolarização. Os cientistas político-educacionais, os soberanos das nações e chefes de estado, que tantas vezes estabelecem as diretrizes educacionais, movem-se por interesses que, em muitas ocasiões, são, sim, coletivos, contudo, no mais das vezes, particulares, e, via-de-regra, nefastos e perniciosos. E, na maioria, atendem aos imperativos das leis de mercado e da obtenção de lucro, bem como na manutenção da ordem vigente e imposta ao longo dos séculos.
O instrumento, por excelência, que tem sido usado para manter este estado social, de extrema desigualdade, de exploradores e explorados, de ricos cada vez mais ricos e pobres a caminho da miséria, é a educação. Educação que tanto pode contribuir para a formação de um indivíduo crítico e consciente de sua posição quanto pode apascentar, adestrando o indivíduo numa extrema passividade bovina, forjando-o, na ignorância e na conformidade, quando manipulada inescrupulosamente.
Dia 28 de abril, o Dia da Educação, no Brasil, mais do que comemorado, deve ser refletido. A data serve para incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a construção de valores essenciais na vida em sociedade e para o convívio saudável com outros indivíduos. Nestes tempos pandêmicos, nos quais diversos tipos de vírus: biológicos, políticos, sociais, a educação acena-nos como uma esperança no porvir, desde que façamos nossa parte. Diante de tal, a questão que se coloca é: estamos fazendo nossa parte? Cada um responda a si mesmo.