Dia do Amigo

Uma aula de amizade. Lição de Angela Ramos.

Por Angela Maria Parreiras Ramos
Mestre em Educação. Professora da rede municipal do Rio
Escola Municipal Conselheiro Mayrink

O que é a amizade? Uma vez, uma professora disse-me que os meus alunos era uma turma e não um aglomerado de crianças. Durante um bom tempo fiquei pensando no que ela havia dito e percebo que essa é, sim, uma característica das turmas em que atuo. Cada vez mais procuro fazer com que as crianças entendam que quanto mais unidas e amigas forem, melhor será o tempo que vamos passar juntos. Nada de clube do “Bolinha” e nem da “Luluzinha”, como os antigos personagens de uma história em quadrinhos. De fato, precisamos ser “uma turma”. E esse é um exercício diário. Qualquer problema, conversamos e validamos a amizade, sentimento de valor imensurável.

Aproveitando o dia de hoje, dia 20 de julho, “Dia do Amigo”, propus para a turma do 4º ano da Escola Municipal Conselheiro Mayrink, onde leciono, que fizéssemos um sorteio para mandar uma mensagem de amizade/um cartão para um colega da turma. Por que um sorteio? Expliquei a eles que não achava justo que alguns mais populares ‘da turma’ recebessem várias mensagens e outros não recebessem nenhuma. Pensei, por exemplo, nos alunos novos que ainda não tiveram a oportunidade de demonstrar o quão amigos podem ser. A turma disse achar justo e combinamos que caso alguém quisesse fazer mais de uma cartão, para poder entregar a algum(a) amigo(a) em especial, poderia fazê-lo.

Fizemos o sorteio e decidiram que seria surpresa. Ao ajudá-los na correção dos cartões, surpreendi-me com algumas mensagens. Algumas diziam que ainda não conheciam bem o colega, mas que a pessoa parecia ser um amigo legal. Outras elogiavam o sorriso e a amizade. Outras agradeciam a ajuda e o carinho. E várias anunciavam entender o valor da amizade, o quanto o outro era importante e que queriam que a amizade fosse para sempre. Em seguida, cada estudante fez um desenho. Quando todos acabaram, fizemos a entrega do cartão com um abraço.

Ao final, falei que deveriam guardar o cartão bem guardado, pois um dia, num tempo futuro, poderiam reler e lembrar-se das amizades desse tempo de escola. Aproveitei e cantei um trecho da música “Canção da América” de Milton Nascimento e Fernando Brant: “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração”. Então um menino falou: “Ah, professora, assim eu não aguento. Meus olhos já estão ardendo.” E quando vi, alguns alunos estavam com os olhos cheios d’água. Sensíveis? Sim! E muito! Ainda bem, afinal, a sensibilidade parece andar escassa no mundo. Amigo insensível, não dá!

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