Por Marcus Tavares
Gpeto vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em Design pela PUC-RIO, é um artista contemporâneo que utiliza pinturas e esculturas como meios para apontar os efeitos de uma sociedade acelerada e tecnológica.
Em suas obras, Gpeto propõem métodos de articulação entre referências pessoais e colagens de uma paisagem digital. Em 2020 fez o curso de acompanhamento com a pintora Regina Parra. Em 2021. apresentou sua primeira exposição individual. Um de seus trabalhos faz parte do acervo do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). Atualmente trabalha em seu ateliê em São Cristóvão.
Em entrevista à revistapontocom, para a sessão Quem Cria, Gpeto explica um pouco sobre o seu processo de criação e o poder de arte.
A revistapontocom tem como uma de suas premissas a inovação e a conexão entre saberes. Neste sentido, nossa equipe entendeu que já estava mais que na hora de abrir espaço para jovens talentos expressarem seu processo criativo e suas produções na área artística. A ideia é identificar, reconhecer e compartilhar criações e experiências desta nova geração interconectada com a arte e tecnologia.
Acompanhe a entrevista com Gpeto:
revistapontocom – De onde surgem suas inspirações?
Gpeto – A inspiração surge de diversas fontes. Percebo que a criatividade floresce à medida que mergulhamos em nosso próprio trabalho e nos enriquecemos com as influências que encontramos ao longo do percurso. Essas influências podem emanar de conversas com amigos, visitas a exposições, leituras de livros ou até mesmo uma caminhada pela rua ou uma viagem de metrô.
revistapontocom – Como é o seu processo de trabalho? Antes, durante e depois da criação?
Gpeto – Depende muito da mídia com a qual estou trabalhando. Na pintura, por exemplo, eu trabalho em séries. Muitas vezes já tenho algum planejamento de composições ou técnicas, mas a pintura sempre surpreende no meio do processo. Com esculturas eu preciso planejar a estrutura básica da forma que quero criar, mas consigo ir editando pequenos detalhes de textura e cor posteriormente. No geral, o processo é bem caótico para ser sincero. Trabalho em diversas séries ao mesmo tempo e com pintura e escultura ao mesmo tempo, o que faz com que essas mídias se misturam muitas vezes, como na série “Postes” de 2022.
revistapontocom – Você faz uso de tecnologias para o desenvolvimento de suas criações?
Gpeto – Utilizo diversas tecnologias. Desde colagens digitais até inteligência artificial para distorcer imagens, criar variações, deformações. Elas me auxiliam bastante. Atualmente, utilizo o computador para editar imagens e produzir colagens e composições. O processo realmente fica mais rápido. Se você souber usar as tecnologias a seu favor elas podem ser muito benéficas. Além disso, também tenho um tablet no ateliê para reproduzir imagens que vou pintar e fazer algumas modificações.
revistapontocom – Quando você cria, você busca exatamente o quê? Qual é o seu objetivo?
Gpeto – Busco tentar entender a relação da arte com a tecnologia e a relação da tecnologia com a sociedade. Muito da minha pesquisa vem das redes sociais, internet e os efeitos delas para a sociedade contemporânea. Alguns temas como a vigilância, o reconhecimento facial e a inteligência artificial me interessam bastante. Meu objetivo é continuar produzindo.
revistapontocom – E quando a criação está pronta, qual é a relação que você estabelece com sua obra?
Gpeto – Depende muito da obra, algumas realmente tem um valor pessoal e sentimental maior.
revistapontocom – Hoje, neste mundo midiático/tecnológico/interativo, o processo de criação é…
Gpeto – Colaborativo, veloz e compartilhado
revistapontocom – E hoje, neste mundo midiático/tecnológico/interativo, a relação do artista com o público é…
Gpeto – Criada através de um persona online.
revistapontocom – O que lhe motiva a trabalhar na área?
Gpeto – O amor por produzir, pois se eu soubesse como as coisas funcionam quando comecei… Pena que agora é tarde demais (risos).
revistapontocom – Qual é o poder da arte?
Gpeto – Ela desempenha um papel importante na vida de muitas pessoas. Possui um poder amplo, que varia de uma função informativa, cultural e às vezes de entretenimento.
revistapontocom – Qual é o poder da arte na sociedade brasileira?
Gpeto – Ser um espaço de produção cultural inclusivo, diverso e livre.