Por Luanna Tavares
O Instituto iStart, criado há 7 anos pela advogada especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, vem desenvolvendo um projeto de educação digital em cerca de 450 escoas públicas de todo o país. Por meio de palestras, atividades e criações de produtos, o programa investe na formação de indivíduos mais bem preparados para lidar com os profundos desafios do mundo do século XXI. O projeto apoia alunos, pais e professores no processo de educar no uso ético, seguro e saudável da tecnologia.
Para saber mais sobre o projeto, a revistapontocom entrevistou a advogada Andréia Santos, advogada especialista em Direito Digital e atual coordenadora do iStart. Confira e conheça mais um pouco sobre a atuação da instituição.
revistapontocom – Qual o objetivo do Instituto iStart?
Andréia Santos – O Instituto iStart foi fundado com a missão de promover o uso ético, seguro e legal da tecnologia e o desenvolvimento das novas competências da escola da Era Digital, disseminando campanhas educativas sobre o uso responsável e saudável das novas tecnologias por crianças e adolescentes. Um dos principais é atuar diretamente junto às escolas para formar educadores que possam ensinar os alunos e os respectivos responsáveis legais quanto aos limites éticos do uso das ferramentas, dentro e fora da sala de aula, além de aplicarem novos recursos digitais para o aprimoramento do ensino-aprendizagem.
revistapontocom – Como o Instituto capacita professores e alunos a lidarem com os novos desafios da Sociedade Digital e com o uso crescente das novas?
Andréia Santos – O iStart desenvolve projetos próprios, como o Movimento Família Mais Segura na Internet e a Certificação Selo “Escola Digital Segura”, e o “Escolas Associadas iStart”, por meio do qual as instituições recebem conteúdos especiais, participam de webinários de capacitação e comitês de discussão temática. É importante lembrar que o Instituto conta com profissionais voluntários que ministram palestras sobre o uso ético, seguro e legal dos recursos tecnológicos, para alunos, professores e familiares. Além disso, atua no acompanhamento da elaboração e tramitação de novas leis e regulamentações para o segmento educacional, apoia o combate ao Bullying e ao Cyberbullying bem como na implementação dos Programas de Inclusão.
revistapontocom – Pensando na segurança digital, o que o iStart desenvolve para auxiliar pais e responsáveis?
Andréia Santos – Acreditamos que os pais e os responsáveis são essenciais para a construção de um ambiente digital seguro. Sabemos que, muitas vezes, é difícil compreender as tecnologias. Por isso, realizamos atividades como webinários e palestras; criamos cartilhas, artigos, vídeos e outros conteúdos orientativos; lançamos campanhas de conscientização em nossas redes sociais, como a série “É Bullying, Sim!”, a qual teve como objetivo conscientizar que nem tudo é uma brincadeira. Conjuntamente, temos o nosso aplicativo iStartcare, gratuito e acessível para todos! Abaixo seguem alguns links dos nossos conteúdos e campanhas:
Série de animação do iStart estreia nos cinemas do país
Aplicativo iStartcare: ajuda usuários a criarem hábitos éticos e seguros na Internet
Cartilha Orientativa de Ética e Segurança Digital
Lei antibullying determina medidas de conscientização nas escolas
revistapontocom – O instituto foi criado em 2010. De lá pra cá, quais foram os desafios e as conquistas?
Andréia Santos – O primeiro desafio é acompanhar a evolução da própria Sociedade Digital, cada vez mais complexa e imediatista. O segundo é desmistificar a ideia de que a internet é uma terra sem lei e que precisamos estar cada vez mais atentos ao uso ético, seguro e legal dos recursos tecnológicos. Por fim, fazer com que a sociedade, como um todo, entenda a importância e a urgência da educação digital. Acreditamos que incentivar o diálogo é a forma mais eficaz de prevenção. Tem sido uma experiência interessante poder dialogar com as instituições de ensino e ver que temos conquistado gradativamente a confiança e a atenção das escolas. Além disso, ver os próprios alunos participando das atividades pedagógicas e apoiando a causa.
revistapontocom – Qual a importância de se pensar educação digital nos dias de hoje?
Andréia Santos – O Instituto defende que deveria haver uma disciplina obrigatória nas Escolas sobre Ética e Segurança Digital. Qualquer uso de recurso tecnológico nas instituições de ensino tem que estar associado a uma finalidade educativa, para estimular a aprendizagem. A utilização indevida pode gerar desde dispersão do aluno até a ocorrência de outros incidentes como exposição demasiada de intimidade. É muito comum dizerem que há uma vida real e outra virtual. Mas, é uma ideia equivocada. Temos que ter a ciência de que nossas ações no ambiente digital são extensões do ambiente físico. É real também e, por isso, há consequências positivas ou negativas! Devemos garantir que os direitos e garantias de todos sejam preservados, inclusive, no digital. Além disso, diante de tanta informação disponível, ao mesmo tempo em que são publicadas notícias falsas, é essencial que ensinemos como selecioná-la e utilizá-la, viabilizando conhecimento.