A mostra Escola: Cidade Aberta termina nesta quarta-feira, dia 16, na Caixa Belas Artes, em São Paulo. O nome remete diretamente ao clássico “Roma, Cidade Aberta” (Roma, Città Aperta, 1945), de Roberto Rossellini. Nele, comunistas e católicos italianos se unem para combater os alemães e as tropas fascistas que haviam ocupado a capital do país. O filme foi considerado um dos maiores da história do cinema pela crítica mundial.
O objetivo da mostra é fomentar reflexões em torno do sistema educacional demarcado, nos últimos tempos, por processos de contestação. Leonardo Amaral, curador da mostra, explica que “a escola representada pelos filmes escolhidos é um lugar propício para o confronto de ações, instituição em que as relações de dominação e resistência são impulsionadas por diferentes instâncias de poder e luta”.
Foi exibido um conjunto de longas, médias e curtas de vários países e épocas que traz a instituição escolar como foco central de representação. No último dia da mostra, em cartaz desde o dia 3 de agosto, o público poderá conferir “Nº27”, de Marcelo Lordello (Brasil, 2008); “Crianças” (Children), de Terence Davies (Reino Unido, 1976); e “Entre os Muros da Escola” (Entre lês murs), de Laurent Cantet (França, 2008).
O curta de Lordello retrata as desventuras de Luís, o número 27 da chamada. Típico adolescente tímido e com espinhas no rosto, Luís passa mal no meio de uma prova. Ele se tranca no banheiro e clama pelo coordenador da escola. O curta foi exibido em alguns festivais de cinema do país e ganhou vários prêmios.
Em “Crianças”, Robert Tucker é um jovem gay de família católica em Liverpool. Fica em várias salas de espera, onde se lembra de eventos de sua infância. Ele é intimidado na escola e tem um pai violento que morre enquanto ainda é jovem. O curta faz parte de uma trilogia de Terence Davies. “Madona e Menino” e “Morte e Transfiguração”, completam a obra do autor.
Já o “Entre os Muros da Escola” retrata a difícil tarefa que um professor de língua francesa, em uma escola na periferia de Paris, tem de lidar com alunos rebeldes. François Marin e outros professores se juntam para achar uma solução. A escola enfrenta violência e tensões étnicas entre os jovens.