Seja em manifestações populares ou na vandalização de bens públicos e privados, nos rolezinhos em shoppings centers ou nas estatísticas sobre a violência e a escolarização no país, os jovens e a chamada “juventude” entraram definitivamente em pauta. Voltado ao desenvolvimento de pesquisas ligadas ao tema, o Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense lançou, recentemente, o livro Narrativas juvenis e espaços públicos (Editora da UFF, 384p.). A coletânea reúne 15 ensaios que tratam de questões como a relação dos jovens com a internet e as mídias; a complexidade do “ser jovem” e os desafios da escola pública de ensino médio, entre outras.
O livro é de especial interesse para todos os envolvidos com os estudos de juventude. As contribuições, divididas em duas partes temáticas, colocam em cena trabalhos que permitem realizar um balanço sobre as pesquisas acerca dos jovens, notadamente na área das Ciências Humanas e Sociais. Na primeira parte, sob o título “Espaços públicos e ações coletivas”, são investigados temas a exemplo de “Jovens e militância política”, artigo assinado por Karina Brenner; e “Ação coletiva, jovens e engajamento militante”, de Marília Pontes Sposito. A relação dos jovens com os meios de comunicação é abordada por Ana Lucia Silva Enne em “Conexão entre juventude, consumo e mídia” e por Glória Diógenes, em “Jovens, mídias e redes sociais da internet”.
Na segunda parte – “Narrativas juvenis e processos educativos” – os pesquisadores se debruçam sobre os desafios para a compreensão de processos de escolarização nas instituições públicas de ensino médio. Mônica Peregrino, por exemplo, discute a tríade “Juventude, trabalho e escola”, enquanto Geraldo Leão assina o artigo “Entre a escola desejada e a escola real: os jovens e o ensino médio”.