Mukara Meredith, no Brasil, fala com exclusividade para a revistapontocom.
Por Marcus Tavares
Pensadores, sociólogos e historiadores dizem que o mundo do século XX foi bastante marcado pelo consumismo exacerbado, pela banalização da violência e pelo individualismo. O que se vê, hoje, no século seguinte é um desdobramento do anterior, mas com uma preocupação cada vez maior de conduzir o planeta para uma era mais compassiva, justa e humana. Se isto é possível? Sim. O conhecimento para tornar esta busca exitosa está no próprio ser humano ou melhor: no grupo. “A chave de todo esse processo é o relacionamento”, avisa Mukara Meredith, presidente da Matrixworks.
Veja o vídeo:
Trabalhando desde a década de 90 com lideranças empresariais de várias partes do mundo, Mukara criou o Matrixworks, um modelo de gestão que, ao unir princípios da neurociência, psicologia e espiritualidade, entende o grupo de pessoas como um sistema vivo. Em suas dinâmicas, Mukara explica que todos os sistemas humanos, tais como a família, a escola e as diversas instituições, são sistemas vivos. “Estes sistemas vivos têm dentro de si a inteligência, a sabedoria e os recursos que precisam para se auto-organizar, aprender e crescer. Quando essa inteligência é acessada, a verdadeira transformação é possível, seja para o indivíduo, para o grupo, família, organização e sociedade. Transformação significa uma mudança fundamental na qualidade dos relacionamentos dentro de um sistema”, explica o texto do projeto.
O modelo do Matrixworks, de reconhecimento do poder do grupo, vem mudando o dia a dia das instituições, empresas e até mesmo de sistemas educacionais. A ideia é capacitar indivíduos em facilitadores desta redescoberta do grupo em que “nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós” e que “nada é o si mesmo, sem todo o resto”. Benefícios para as empresas, benefícios para o mundo: “Todo sistema vivo contém a sabedoria que necessita dentro de si, assim como a semente contém o poderoso carvalho. Quando um conjunto de indivíduos torna-se um grupo como um sistema vivo, ele traz compaixão para o mundo”.
Na semana passada, Mukara esteve no Brasil, em Belo Horizonte, capacitando, mais uma vez, um grupo de empresários na metodologia Matrixworks. Entre as tarefas do facilitador está o acompanhamento do grupo nos três estágios – conexão, caos e consciência – que levam o grupo a sua verdadeira e positiva potencialidade. Nesta construção, busca-se, na prática, um novo indivíduo que tem a capacidade de cuidar de si, do outro e do todo.
“Em outras palavras, o cuidar se estende ao eu, ao nós e ao meio ambiente como incluídos em um sentido expandido do si mesmo. Ser humano nos relacionamentos é sentir a nossa humanidade em comum e reivindicar a autonomia e a conexão como o real valor de ser humano. Conhecemos a nós mesmos e uns aos outros. Aceitamos a nós mesmos e uns aos outros. E protegemos a nós e uns aos outros , protegendo a própria vida”, destaca Mukara.