Tem ciência na batucada aterrissa na quadra da escola-mirim da Portela

No último dia 3 de fevereiro, os integrantes da escola samba mirim Filhos da Águia da Portela deixaram os batuques, fantasias e adereços de lado para mergulharem em outra atividade: a ciência. Trata-se do projeto de extensão “Tem ciência na batucada”, da Universidade Federal Fluminense.

Unindo a ciência ao samba, cuja expressão cultural é considerada Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, o projeto, coordenado pela pós-doutora em Ciências e Biotecnologia/UFF, Ana Cláudia, pelo pós-doutor em Patologia/UFF, Aldo Rodrigues, e pela professora do programa Helena Carla Castro, pretende fazer ciência e falar sobre ela em espaços não formais de aprendizagem. Mais especificamente, em escolas de samba mirins, lugar onde naturalmente e de forma orgânica se convive e se aplica o saber científico das mais diferentes formas.

A ideia é estimular o interesse pela ciência por parte de crianças e adolescentes moradores de comunidades afro-brasileiras de bairros do Rio de Janeiro, possibilitando que se familiarizem com o universo da pesquisa e que este atue em suas vidas não apenas de forma teórica, mas também concreta, como instrumento de impacto e transformação social.

Com o carnaval batendo na porta, a ação na quadra de samba da Portela atraiu a atenção da garotada. Na ocasião, houve a exposição de 20 oficinas de ciências, que foram produzidas por meio da colaboração de muitos pesquisadores, cursos e projetos. A programação incluiu oficinas relacionadas à microscopia, anatomia comparada, libras, realidade aumentada e impressão 3D.

De acordo com os coordenadores, “além de levar conhecimento científico à comunidade em um ambiente informal de aprendizagem, nosso objetivo inclui também e, principalmente, a competência de sensibilizar e marcar com boas memórias e informações de excelente qualidade científica os participantes. Além disso, atrair a população para o convívio acadêmico e explorar novas possibilidades de (in)formação em seus futuros acadêmicos”, enfatizam.

Para Ana Cláudia, toda a comunidade aguarda com grande expectativa a chegada dos pesquisadores. Sua participação tem sido, segundo ela, muito ativa para viabilizar o encontro e torná-lo uma grande festa que mistura arte e conhecimento.  “A escola está fazendo muitos vídeos para chamar mais crianças, jovens e adultos, participando ativamente da divulgação”, destaca. O evento seguinte também já está planejado para acontecer e terá como palco a quadra de uma escola de samba de Niterói. O convite está aberto e é para todos!

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