Por Luanna Tavares
O escritor e educador americano Mark Prensky foi o principal palestrante do evento “Educação 360º Tecnologia”, realizado, na semana passada, no Museu do Amanhã, no Centro do Rio. O autor do conceito “nativos digitais” falou para uma plateia atenta de professores e estudantes que lotou o auditório do espaço. Propondo um novo modelo para a escola do século 21, Prensky defendeu o empoderamento de crianças e jovens no mundo de hoje.
“Precisamos reimaginar a educação, mas, antes, pensar nas crianças que estão nascendo, que estão chegando. Daqui há alguns anos, elas serão os nossos estudantes”, anunciou.
Diante desta nova geração, a Educação tem de ser vista de forma mais ampla. Não apenas como áreas de conhecimento, englobando Matemática, Língua Portuguesa e ou Ciências. Na avaliação de Prensky, a Educação de hoje deve contemplar novos objetivo, currículo, ensino e tecnologia.
Para Prensky, o ritmo acelerado imposto pela tecnologia, algo nunca experimentado pelo ser humano, vem impactando a criação e o desenvolvimento das crianças. “Neste contexto, elas têm, hoje, uma maior capacidade. São empoderadas e muito mais poderosas do que antigamente”, destacou.
Neste sentido, a educação deve ter um objetivo mais amplo, muito além de medir conhecimentos e aprendizagem. Precisa instigar os estudantes a construírem um mundo melhor. Para isso, a problematização do mundo real tem de fazer parte do dia a dia da escola como forma de provocar a reflexão das crianças e jovens.
Em linhas gerais, o currículo deve passar por uma profunda transformação. Não faz mais sentido os alunos estudarem todas as disciplinas com a mesma intensidade. “É preciso trabalhar as habilidades e criar novas maneiras de ensino-aprendizagem. E, em paralelo, os professores precisam ajudar os estudantes a realizarem seus sonhos”, afirmou.
Todos devem estar comprometidos neste processo, inclusive os pais e ou responsáveis pelas crianças e jovens. Segundo o palestrante, os pais também devem ver o mundo com outras perspectivas: “Sou otimista sobre o futuro. Todas as crianças têm sonhos e devemos ouvi-las cada vez mais: a escola, os professores e os pais. Uma nova educação”, finalizou.