Aros olímpicos pela natureza

Com informações da ESPN, Folha de S. Paulo, Globo e Veja

Você certamente pode escolher a melhor imagem da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Teve o voo do 14BIS, o desfile exuberante da modelo Gisele Budchen, e a eterna música brasileira, na voz de Paulinho da Viola a Anitta. Isso sem falar na entrada do time dos atletas refugiados e a homenagem a Vanderlei Cordeiro de Lima, escolhido para acender a Pira Olímpica. Mas uma delas também ficará na memória dos brasileiros e de todo o mundo: os aros olímpicos pela natureza.

Imagens da Nasa, projeções sobre aquecimento global e um menino perdido entre torres espelhadas deram início à parte do show que tratou da necessidade de preservação do planeta. A mensagem de “uma ideia simples que ajuda muito” na conservação das florestas foi reiterada pelas atrizes Fernanda Montenego e Judi Dench, ao interpretarem o clássico de Carlos Drummond de Andrade “A Flor e a Náusea”, anunciando a esperança no nascimento de uma pequena planta.

Depois de vídeos falando sobre o aquecimento global, todos os atletas que entraram no Maracanã plantaram sementes dentro de alguns espelhos. O desfile dos atletas, pela primeira vez na história, apresentou uma ação pela preservação da natureza. Cada um dos esportistas recebeu um “tubete” com substrato para semear uma árvore nativa do Brasil. Segundo a organização, o plantio de 207 espécies será um dos legados dos Jogos do Rio.

Ao fim do desfile, os espelhos ‘floresceram’ e se tornaram árvores que transformaram os anéis olímpicos em uma só cor: o verde da Natureza. Os aros olímpicos, grandes símbolos da Olimpíada, foram representados em verde, como se tivessem nascido das mudas plantadas pelos atletas. “O Brasil, com a maior floresta e a maior biodiversidade do planeta, é o lugar certo para que essa mensagem seja passada”, afirmou o comitê organizador em nota.

O início da cerimônia falou do Brasil. Usando projeções, marionetes e composições artísticas feitas com elementos como alumínio e plástico, os bailarinos ilustraram o início da vida e o aparecimento da biodiversidade no país. Em seguida, com o uso de elementos geométricos e acrobacias, falou-se da formação do povo brasileiro, com os habitantes originais indígenas e os imigrantes europeus, africanos, árabes e asiáticos.

O segmento seguinte celebrou o aparecimento das cidades, evidenciado pelo “skyline” de prédios cenográficos colocado no palco do espetáculo. A arquitetura é celebrada, assim como a inventividade brasileira, exemplificada pelo 14-Bis, o avião criado por Santos Dumont, que, em vídeo, saiu voando pelo Rio de Janeiro. Essa parte da cerimônia também falou da internacionalização do Brasil por meio da música (Tom Jobim), da arquitetura (Oscar Niemeyer) e da moda (Gisele Bündchen, que foi celebrada ao desfilar ao som de “Garota de Ipanema”).

A voz do morro, a cultura popular e a força das mulheres negras transformaram o Maracanã numa imensa jukebox, falando de empoderamento, de superação das disputas, e passando a mensagem da tolerância. Maracatu, espadas de fogo, “treme-treme” e outras manifestações culturais brasileiras deram o tom do segmento, que também teve apresentação de Ludmilla, MC  Soffia, Zeca Pagodinho e Marcelo D2, entre outros artistas. Essa parte da abertura foi seguida pela apresentação do “país tropical” brasileiro, ao som de Jorge Ben Jor, e com participação efusiva do público, que cantou à capela após uma série de fogos de artifício.

Imprensa internacional

A imprensa internacional acompanhou com atenção a cerimônia de abertura da Rio 2016, que foi comentada em tempo real nos principais sites de notícias do mundo. Na maior parte deles, a festa rendeu elogios.

O argentino El Clarín disse que o Rio vibrou com uma festa cheia de música, cores e esporte. “A cerimônia de abertura foi uma exibição à altura da Cidade Maravilhosa. Havia ritmo e beleza em cada passo no estádio do lendário Maracanã”, avalia a publicação.

O norte-americano The New York Time disse que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro chegou “como um salve” após todas as crises, políticas e econômicas, que o país enfrentou durante a organização dos jogos. Segundo a publicação, a festa disfarçou “as feridas por algumas horas e deixou os brasileiros celebrarem tudo”.

O jornal francês Le Monde chamou a cerimônia de inovadora e destacou que a abertura foi marcada por uma celebração da música brasileira. O jornal citou que o presidente interino do Brasil Michel Temer, ao falar no evento, foi recebido por vaias de uma parte “importante” do estádio do Maracanã.

Na página de cobertura ao vivo da BBC inglesa, o veículo se referiu à cerimônia como um “show espetacular”.

O inglês The Guardian destacou que há um contraste interessante entre a abertura da Rio 2016 e dos jogos de Beijing em 2008 e em Londres, em 2012. As duas cerimônias anteriores abordaram a história dos países-sede, enquanto no Rio a mensagem passada é de que “é preciso fazer algo sobre o meio ambiente ou podemos não ter muitos Jogos Olímpicos para celebrar no futuro”.

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