Férias de ontem. Férias de hoje

Três mães, leitoras da revistapontocom, falam sobre como eram suas férias e como são a dos seus filhos. Envie sua história também.

As férias escolares estão acabando. Férias bem diferentes de tempos atrás, quando a garotada tinha muito mais tempo para curtir o tempo livre. Hoje, parece que tudo é diferente. Será? A revistapontocom pediu a três mães, leitoras da revista, para comentar como eram as suas férias e como são a dos seus filhos, nos dias de hoje. Confira os relatos de Alessandra, Andrea e Inger. Participe também, postando o seu comentário.

Alessandra Sauberman, 35 anos, advogada
Leonardo Sauberman Dias de Moraes, 12 anos
David Sauberman Dias de Moraes, 6 anos

Lembro-me que minhas férias eram bem mais simples que as dos meus filhos. Brincava na rua atrás da minha casa, ia à praia com meus pais no fim de semana, porque eles trabalhavam e só podiam ficar comigo e com meus irmãos aos sábados e domingos.  A TV ajudava, embora não tivéssemos um décimo das opções de hoje. Ia para casa das amigas e elas vinham para minha casa. Não tinha internet, nem PlayStation, bem como outras tecnologias. No máximo tínhamos o Genius, um brinquedo eletrônico e, mais tarde, um Atari. Devo confessar que meu tédio era infinitamente menor que o dos meus filhos, Leonardo e David.

Hoje, ambos de férias, há grandes frustrações diárias. Os meninos querem programas todos os dias e recusam-se a entender que não há como atender ao desejo irreal de comer fora todos os dias, de ir ao cinema todos os dias, de passear todos os dia e fazer viagens para mil e um locais. E olha que os dois estão paramentados tecnologicamente falando: cada um tem seu Itouch, ambos têm o PlayStation e ainda está lá, meio preterido, o Wii. Esqueci de mencionar o computador. Talvez porque em tempos de portabilidade, o laptop, para eles, parece algo jurássico!  Acho que, com tantas ofertas e a rapidez das redes sociais e web, meus filhos se frustram bem mais do que eu quando estava em férias. Claro que a violência e as questões familiares de cada um também reduziram o brincar na rua e na casa de qualquer amigo. Hoje, antes de mandarmos os filhos para casa de alguém é preciso saber quem é esse alguém. Será que vai olhar meu filho? Será que tem os mesmos valores que os meus? Vai levá-los a filmes adequados? Vai andar com eles no shopping? Sim, porque há muitos pais que acham bobagem classificação indicativa e o medo da violência dentro de um shopping. Sou diferente e ainda acho que meus filhos são pequenos para algumas modernidades que andam por aí!

O fato é que férias são férias e, de um jeito ou de outro, sempre arrumamos um passatempo e um papo para reduzir os estresses. Afinal, são nossos filhos, são as merecidas férias e, por mais trabalho que dê para administrar frustrações, queremos que eles cresçam felizes, saudáveis e realizados.

Andrea Garcez, 36 anos, pedagoga
Bernardo Pitasi, 8 anos

As minhas férias eram maravilhosas! Impossível não lembrar da minha avó. Era ela que nos levava (eu, meus irmãos, primos e muitas vezes amigos) à praia, ao Jardim Botânico, ao Parque Lage, ao Corcovado, ao cinema, à Paquetá. Paquetá era uma festa! A brincadeira começava na barca, onde fazíamos muita bagunça e víamos golfinhos na Baía de Guanabara! Além disso, passávamos sempre alguns dias na casa dela, em Santa Teresa, onde tinha bastante espaço e muitas coisas antigas para explorar. Viajávamos muito também, principalmente para Itatiaia. As férias eram marcadas pelo convívio com os primos e contato com a natureza.

As férias do meu filho Bernardo são diferentes. Tento fazer algumas coisas parecidas: quero que as lembranças dele sejam tão boas quanto as minhas. Mas o nosso tempo é diferente. As férias são mais curtas, quando vemos, já acabaram. A natureza também é diferente. Ainda não o levei à Paquetá (está nos meus planos), mas, com certeza, não veremos golfinhos na Baía! Uma pena. Mesmo diferentes, acho que as férias dele são boas, geralmente coloco ele durante uma semana em uma colônia de férias. Descobri uma, no ano passado, que faz trilhas com as crianças e explora o contato com a natureza. Até o lanche é saudável! Tem muita brincadeira, esporte (ele adora futebol) e praia nas férias dele. Além disso, também tem a casa da vovó. Minha mãe é uma avó bem diferente da mãe dela, que não está mais aqui. Ele deve adorar ficar uns dias na cada da avó, porque todos os dias acorda e pede para ir para lá. Acho que férias e casa de avó são mesmo tudo de bom, não importa quando.

Inger Tuñas, 38 anos, dentista
Luanna Tuñas, 7 anos
Daniela Tuñas, 6 anos

As minhas férias eram com minha mãe e meus amigos. Meu pai trabalhava e só nos encontrava em nossa casa de praia, nos finais de semana. Brincávamos muito na praia, sem o menor cuidado com o sol e sem protetor solar.  Andávamos de bicicleta, jogávamos frescobol, buraco, pulávamos elástico. Duravam muitos meses, quase três.

As férias das minhas filhas, Luanna e Daniela, duram bem menos, mas acredito que são igualmente divertidas. Mas é óbvio que boa parte do tempo livre delas é preenchida com eletrônicos. Se deixar, elas querem ficar o dia inteiro brincando no Ipad. Tenho oferecer outras opções e principalmente incentivar a leitura de livros. Diminuo minha carga de trabalho para dar mais atenção a elas. Sempre procuramos incluir uma viagem no pequeno tempo livre. A viagem não dura mais de 15 dias fora do Rio, já que eu e meu marido trabalhamos e não podemos nos ausentar totalmente. A deste ano, já foi feita. Fomos para Búzios. Além de viajar, vamos ao cinema, assistimos a shows ou ballets. Também vamos ao clube. Elas brincam de corda, elástico, jogos de tabuleiro e, sim, com os eletrônicos. Descem para a piscina do prédio, à tarde.

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