Educação sexual?

Pesquisas revelam que jovens acessam, cada vez mais, pornografia via web. Quais são as consequências?

Há muito tempo os veículos de comunicação vêm assumindo o papel de consultório médico e sentimental no dia a dia dos jovens. As colunas de consulta de revistas e jornais são o exemplo mais significativo. No Brasil, muitas surgiram na década de 1960. Aos poucos, a temática também começou a fazer parte dos quadros de programas de rádio e de TV, o que se popularizou bastante a partir da década de 1990. Hoje, com o fácil acesso à internet e o completo anonimato, a garotada se informa, muitas vezes, sem mediadores, o que, segundo especialistas, pode gerar mais dúvidas e orientações errôneas. Soma-se a isto outro fato preocupante: o acesso livre e cada vez maior à pornografia, o que pode criar uma visão distorcida sobre sexo e relacionamentos.

Um estudo publicado pela universidade de Plymouth no Reino Unido, no final de 2012, revelou que jovens – com idades entre 16 e 24 anos – estão se viciando em pornografia na internet e que um a cada três admitiu que a pornografia afetou seus relacionamentos. Segundo o levantamento, os adolescentes disseram que o acesso à pornografia tornou-se prática comum desde os 11 anos de idade, dando-lhes expectativas irreais sobre o sexo e tornando-os insensíveis a imagens sexuais, muitas vezes antes do primeiro beijo e do relacionamento sexual.

Quais as consequências? Para a publicitária inglesa Cindy Gallop, uma delas é que os jovens do sexo masculino, na faixa dos 20 e 30 anos, têm, hoje, um padrão sexual semelhante ao exibido nos filmes pornô. Em entrevista à revista TPM, ela afirma que a “escola” desses homens foram os filmes. Por conta dos seus próprios relacionamentos, Gallop criou a campanha Make Love Not Porn (faça amor, não faça pornô), que tem o objetivo de reorientar a educação sexual de crianças e jovens e combater a pornografia machista.

De acordo com Gallop, a pornografia passa uma imagem de sexo – de gostos, preferências e atitudes – que acaba sendo reproduzida principalmente por jovens do sexo masculino, imagem esta que não condiz com a realidade. Isso pode gerar sérios problemas, decepções e angústias. “A presença por toda parte e a liberdade de acesso à pornografia na internet, aliada à sociedade que reluta em falar sobre sexo, fez com que a pornografia se tornar-se a educação sexual padrão”, diz Gallop.

A adolescente Karen, hoje com 20 anos, falou à Rádio 1 da BBC sobre os efeitos da pornografia sobre um relacionamento que ela teve aos 16 anos: “Pornografia era algo que ele curtia com os amigos, eles compartilhavam sites e falavam sobre isso sempre, era como um hobby. Quando ele ficou mais à vontade comigo, queria que assistíssemos juntos. Então comecei a perceber que não era (pornografia) comum, era algo mais pesado. Como aquela era a única experiência que eu tinha, achava que tinha algo de errado comigo, porque eu não gostava. Muito violento. Sexo, agressões, tapas, arranhões, puxões – ele fazia o que ele queria e na velocidade que ele queria, sem qualquer consideração ou cuidado em relação ao que eu estava sentindo. Ele era um menino, não era um estuprador em um beco pulando em cima das pessoas, ele achava que isso era normal e que era isso que todo mundo fazia”. Karen, hoje com 20 anos, disse que, quando tinha 16, seu namorado assistia a pornografia com os amigos “como se fosse um hobby”. Ela contou que, frequentemente, ele assistia a pornografia na presença dela, imitando o que via. “Eu achava que tinha alguma coisa errada comigo porque não gostava”.

Levantamento na União Europeia (UE) concluiu que 25% dos jovens com idades entre 9 e 16 anos já tinham visto imagens de cunho sexual. E em 2010, uma pesquisa na Grã-Bretanha revelou que quase um terço dos jovens com idades entre 16 e 18 anos havia visto fotos de natureza sexual em celulares, na escola, mais de uma vez por mês.

De acordo com a BBC, a National Association of Head Teachers (Associação Nacional de Diretores de Escolas) da Grã-Bretanha está fazendo uma campanha sobre o impacto da pornografia com o objetivo de fazer com que crianças e adolescentes sejam educados de maneira apropriada à idade. A ideia é que o currículo escolar nacional para alunos com dez anos de idade inclua aulas sobre como usar a internet de forma segura.

“As crianças estão crescendo em um mundo abertamente sexual e isso inclui acesso fácil à pornografia na internet, então, elas precisam de recursos para lidar com isso”, destaca o consultor inglês em políticas educacionais, Sion Humphreys.

Sem pornografia

O governo islandês estuda um projeto que pretende dar um fim à pornografia digital no país. Caso a medida se concretize, seria a primeira nação democrática do mundo ocidental a baixar uma proibição deste nível sobre a internet. O projeto tem como objetivo frear o que o governo considera um efeito danoso às crianças e mulheres. A proibição teria como meta evitar que as crianças sejam influenciadas pelo conteúdo cada vez mais violento disponível na rede, bem como frear o crescimento da agressão sexual no país, que tem sido ligada à pornografia.

“Precisamos discutir um bloqueio contra pornografia violenta, que, como todos concordamos, tem efeitos prejudiciais nos jovens e oferece uma ligação clara a incidência de crimes violentos, afirma Ogmundur Jonasson, ministro de assuntos internos da Islândia, em entrevista ao jornal Daily Mail.

Para colocar a medida em ação, o país deverá bloquear o acesso a endereços de sites pornográficos, bem como tornar ilegal o uso de cartões de crédito islandeses para acessar sites pagos.”A medida não é contra o sexo, mas contra a violência. Os jovens estão vendo pornografia e agindo como tal. Este é o nosso limite. Este material está borrando os limites entre o que é certo e errado para os jovens”, explicou Jonasson. (Fonte Olhar Digital)

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A.S.
10 anos atrás

Na verdade, há necessidade urgente de alertar as pessoas para aquilo que se está a passar nestas gerações. O Espírito Santo, Espírito de Verdade, coloca a responsabilidade de falar, para não se deixarem enganar pelas astúcias do inimigo de Deus!!! Acreditem: o sexo é uma ida ao inferno!! Quase ninguém percebe, porque é de uma forma que ele camufula!! As pessoas não entendem, mas quando voltam, vêm “programadas em coisas erradas, mentiras e medos, que destroiem a sua vida e a vida dos que estão à volta.  A palavra “vir-se” quer dizer: vir do inferno. “Gozar” significa que o inimigo está a gozar do nosso corpo, da nossa alma e da nossa vida!! não tenham dúvidas!! O Senhor permite que haja doenças sexualmente transmissíveis, como sinal, a fim de evitar desgraça maior… Ouçam a voz do Espírito Santo enquanto é tempo!
PS: ” Deus dá sabedoria aos simples para confundir os “sábios” deste mundo que se aniquilam”…  “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices.”…..Salmos 19:7

“Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.
Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.”…. Apocalipse 22:14-15

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